Saiu no site CATRACA LIVRE
Veja publicação original: MASP dá destaque a mulheres apagadas da história da arte
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Em duas exposições, museu apresenta artistas femininas e feministas dos séculos XIX e XXI
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A partir de: 23 de agosto 2019
Terça – Quarta – Quinta – Sexta – Sábado – Domingo
Das 10h às 19h, de quarta a sexta
Das 10h às 20h, de terça, sábado e domingo
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MASP – Museu de Arte de São Paulo
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo – SP, Brasil
R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia-entrada); o museu tem entrada gratuita às terças
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Depois de passar Djanira da Motta, Lina Bo Bardi e a quebradora de recordes de visita do museu, Tarsila do Amaral, é hora desse eixo feminino trazer mais duas mostras: “Histórias de mulheres: artistas até 1900” e “Histórias feministas: artistas depois de 2000“.
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Ambas as mostras ocupam os salões do MASP de 23 de agosto a 17 de novembro. Bora lotar de novo o museu e bater mais um recorde?
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Artistas até 1900
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Com curadoria de Julia Bryan-Wilson, Lilia Schwarcz, e Mariana Leme, “Histórias das mulheres” busca reposicionar a obra de artistas que trabalharam até o final do século XIX, ao discutir a diferença de valor entre o universo masculino e o feminino e também entre arte e artesanato.
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A mostra no MASP tem nomes como Sofonisba Anguissola (circa 1532-1625), Artemisia Gentileschi (1593-1653), Judith Leyster (1609-1660), Angelica Kauffmann (1741-1804), Elisabeth-Louise Vigée-Lebrun (1755-1842) e Eva Gonzalès (1849-1883), além de pioneiras latino-americanas como Magdalena Mira Mena (1859-1930), Abigail de Andrade (1864-1890) e Berthe Worms (1868-1937).
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Crédito: Pascal FaligotSelf-Portrait, sem data Panel, 13,2 cm (diâmetro) Foundation Custodia, Collection Frits Lugt, Paris
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Além de pinturas que fazem parte do cânone da história da arte ocidental, a exposição apresenta uma série de têxteis de autoria desconhecida, cujos registros permitem afirmar que foram feitos por uma mulher, ou por mulheres, coletivamente.
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A diversidade estética, temática e técnica das obras expostas mostra que as artistas fizeram parte dos mais diferentes grupos que atravessaram as narrativas da história da arte. Só que isso não quer dizer que exista, nesse período, um “modo feminino” de criar ou de apreender o mundo, mas inúmeras de histórias reunidas em torno do termo “mulher”.
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Mas de qualquer forma, essa expo ajuda a repensar desigualdades e distorções de gênero, construídos socialmente desde (pasme) sempre.
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E isso é fácil provar, caso você torça o braço para acreditar. Só o fato de boas parte dessas obras estarem guardadas nas reservas dos museus, diz muito sobre as políticas desiguais e de subalternidade existentes no interior do mundo e do sistema das artes.
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Crédito: Cortesia Philip Mould and CompanyPortrait of Anne Blackett, c. 1710-20 Oil on canvas, 120 x 155 cm Philip Mould and Company, London, UK
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Embora o termo “feminismo” já existisse antes de 1900 e vários pensadores defendessem o direito de igualdade entre os gêneros, como a brasileira Nísia Floresta (1810-1885), que em 1832 publicou “Direito das mulheres e injustiça dos homens“, é difícil falar em arte “feminista” entre as artistas presentes na mostra.
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Mas esse fato não tira o emblemático significado da mostra em resgatar, expor e pesquisar o trabalho dessas artistas, uma vez que a revisão histórica pode ser considerada uma atitude feminista, uma vez que torna visível a obra de artistas “apagadas” pela história da arte, ao mesmo tempo em que questiona os critérios de valor da disciplina.
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Artistas feministas de 2000 pra cá
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Como diálogo e contraponto à exposição “Histórias de mulheres: artistas até 1900”, o MASP apresenta Histórias feministas, coletiva com artistas atuantes no século XXI em torno das ideias de feminismo ou em resposta a elas.
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Essa expo do MASP se propõe a incitar novos debates a partir da produção de artistas cujas produções emergiram neste século e mostrar como o feminismo segue influenciando a criação artística, interseccionando lutas, narrativas e conhecimentos.”
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Segundo a curadora, Isabella Rjeille, nesta exposição o feminismo é entendido como “uma prática capaz de provocar fricções e diálogos trans-históricos e transnacionais”, e que não deixa de considerar as questões de gênero em relação a classe, raça, etnia, geração, região, sexualidade e corporalidade, entendendo-os como elementos que transformam radicalmente e tornam mais complexas as experiências das mulheres ao redor do mundo.
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Crédito: Ana PigossoSem título – Série: Formas Contrassexuais, 2019 Técnica mista, 66 x 50 cm Coleção da artista, São Paulo
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Crédito: Daniel JavaloyO Sorriso de Acotirene, 2018 Cabaças, sisal, palha, aço, ferro e materiais diversos, 240 x 200 cm Cortesia da artista
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A presença da discussão no MASP, por sua vez, insere o museu na rede de esforços que têm sido empreendidos há mais de cem anos para repensar as diferenças, as inserções e as relações entre os gêneros.
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E para conferir de pertinho todas as obras expostas nessas duas mostras, só colar lá no MASP de quarta a sexta, das 10h às 19h, e de terça, sábado e domingo, das 10h às 20h.
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A entrada no museu custa até R$ 40, mas não esquece que terça é do jeito que a gente gosta: entrada livre e gratuita!
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