Saiu no site SEMINÁRIO V – PORTUGAL
Veja publicação original: Opinião. Machismo, Feminismo e Femismo
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A brasileira Ruth Manaus, numa aula sobre assédio sexual, num curso de pós graduação, em São Paulo, numa sala composta maioritariamente por advogados, fez a seguinte questão: “Quem aqui se considera feminista?”. No silêncio a que se seguiu à pergunta, apenas uma jovem levantou a mão. Ruth Manaus leu de seguida duas definições de Feminismo, como teoria e como movimento. Ambas sustentavam a igualdade de ambos os sexos, em termos políticos, sociais, económicos e sexuais.
Perguntou de seguida: “Quem aqui não se considera feminista?” Ninguém levantou a mão. Uma sala cheia de Feministas, portanto…
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A verdade é que sem se saber de quem é a culpa, a maior parte das pessoas nem sabe bem o que é o Feminismo. Talvez a culpa tenha sido de Charles Fournier, um filosofo francês, a quem é atribuída a origem da palavra, sendo ele no sec XIX, um grande defensor da igualdade de género entre homem e mulher.
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A palavra “feminismo” induz mesmo em erro, uma vez que pela sua sonoridade dá claramente a entender que é o contrário de machismo. Ora sendo entendida dessa forma, desencadeia uma espécie de “guerra dos sexos”. Muitos homens sentem-se ameaçados na sua condição masculina e tendem a querer defender-se, e por outro lado, muitas mulheres chamam a si a luta pelos direitos, lutando ferozmente contra o seu arqui-inimigo homem.
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Aí aparece o tal movimento que é o contrário de machismo:
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O Femismo, que é uma palavra pouquíssimo conhecida, em que se defende a supremacia da mulher em relação ao homem. Penso que a ideia será combater o machismo com a mesma moeda. O mesmo que combater o fogo com gasolina.
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Mas o machismo nem está só nos homens. O problema está em homens e mulheres. Sim! Parece contraditório, mas as mulheres, que até estão em maioria na sociedade, nem sempre defendem a igualdade. Umas porque se acomodaram, outras por tradição e outras pela competição entre si, bem mais aguerrida entre as mulheres.
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Uma das maiores bandeiras e a maior conquista dos movimentos feministas foi o direito de voto. A mulher passou assim, com toda a justiça, a escolher e a decidir políticas com o seu voto. Com o direito de voto, veio o importante direito de ser votada. A mulher passou a ser então eleitora, elegível e consequentemente eleita. Passou por isso a ser centro de decisão.
Foi muito importante para isso a Lei da Paridade, de 21 de agosto de 2006, que obriga a que todas as listas para a Assembleia da República, Parlamento Europeu e autarquias locais, tenham no mínimo um terço de mulheres e sendo obrigatória a intercalação na ordem da lista, para que não fiquem nos lugares de baixo, lugares esses normalmente não elegíveis. Esta lei levou muitas mulheres à política, dando um colorido diferente ao debate e só por isso já é uma vitória feminista.
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Quem entretanto, independentemente do sexo, se apercebeu que é feminista, não tenha vergonha de o assumir.
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É apenas um sinal de inteligência e de decência humana que irá contribuir para um mundo melhor.
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Sejamos todos feministas!!!
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