Saiu no site O VALE
Veja publicação original: A cada três horas, uma mulher solicita medida protetiva em São José
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Alerta: dados divulgados pela Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com exclusividade ao OVALE, revelam que a cidade tem 800 mulheres com medidas protetivas
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Por Julia Carvalho
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A cada três horas, uma mulher solicita medida protetiva em São José dos Campos.
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O dado alarmante foi divulgado com exclusividade ao OVALE pela Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A medida protetiva é um mecanismo legal que têm como objetivo proteger um indivíduo em situação de risco.
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Cerca 800 mulheres possuem medida protetiva em vigência na cidade. Por dia, em média, oito novos pedidos de proteção são feitos.
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VIOLÊNCIA.
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Em 2018, dois a cada 10 homicídios em São José foram feminicídios (quando a vítima é morta pelo companheiro por razão de ser mulher).
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A cidade fechou o ano passado com oito vítimas de homicídios dessa natureza.
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O feminicídio foi o segundo fator que mais motivou homicídios em São José.
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De acordo com um levantamento feito pelo OVALE, por meio de informações de Boletins de Ocorrência, a maioria das vítimas foi morta dentro de casa.
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Em todo o estado de São Paulo, em média, uma mulher é vítima de feminicídio a cada dois dias e meio.
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Em 2018, 148 assassinatos foram registrados já no boletim de ocorrência como derivados de violência doméstica ou por “menosprezo ou discriminação à condição de mulher”, de acordo com os dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública).
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O número de mortes é 12,9% maior do que o registrado no ano anterior (131) e mais do que o dobro do que o observado em 2016 (70), embora a quantidade de homicídios dolosos tenha diminuído em todo o estado.
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PATRULHA.
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Na última semana, uma nova forma de combate à violência contra a mulher foi instalada em São José: trata-se da Patrulha Maria da Penha.
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Realizada pela Guarda Municipal, ela está atuando 24 horas por dia, em conjunto com a Vara da Violência Doméstica, com visitas periódicas às residências onde residem mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
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O objetivo é verificar o cumprimento das medidas protetivas de urgência e reprimir eventuais atos de violência.
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“A Patrulha é uma efetividade da medida protetiva, com um atendimento mais rápido e eficiente, monitorando as mulheres sempre com uma cópia da medida protetiva em mãos, para saber todas as informações da vítima, como por exemplo quantos metros o agressor tem que ficar”, afirmou a juíza Márcia Loureiro.
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Hoje, o projeto atende aproximadamente 10 mulheres, o que representa apenas 1,25% das mulheres que possuem medida protetiva no município. Ao todo, 16 guardas municipais realizam a patrulha.
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“Fazemos visitas nas residências, conversamos com as vítimas, explicamos os procedimentos necessários com medidas preventivas para a mulher não voltar a ser agredida. Tivemos a preocupação de sempre ter uma guarda feminina durante as visitas, para passar mais segurança”, afirmou o comandante da Guarda Municipal, Devair Pietraroia.
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Os serviços da Patrulha Maria da Penha podem ser solicitados pelo número de telefone 153.
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Centro presta auxílio para as vítimas e aponta alto índice de reincidência
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O Centro Dandara, funciona há 10 anos em São José e presta atendimentos com orientação jurídica e escuta qualificada, além de coordenar o abrigo para mulheres em situação de violência doméstica na cidade.
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“Existe uma reincidência muito alta nas medidas protetivas, elas estão muito crescentes, as mulheres estão sendo cada vez mais violentadas”, afirmou Marcela Andrade, diretora do centro Dandara.
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Para Marcela, a criação da Patrulha Maria da Penha pode ser considerada como o resultado de um trabalho que já é realizado há muitos anos.
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“Não é uma ação isolada, trabalhamos com um conjunto de serviços e cuidados, atuando com essa nova política que começou a ser realizada”, explicou a diretora.
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Primeira ‘Patrulha’ do Vale surgiu em Jacareí
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Jacareí foi a primeira cidade da RMVale a criar a Patrulha Maria da Penha. O projeto foi instalado no município em abril deste ano. Ao todo, 30 mulheres já foram atendidas pela Patrulha na cidade. Atualmente, a equipe atende 11 mulheres com medida protetiva.
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A Patrulha é realizada por quatro guardas civis municipais, sendo duas mulheres e dois homens.
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“As mulheres que possuem medida protetiva estão se sentindo mais apoiadas e seguras pelo serviço, os agressores têm ficado mais intimidados em qualquer tentativa de agressão, porque têm visto que a Patrulha Maria da Penha está acompanhando e efetuando as rondas”, afirmou a Secretaria de Segurança e Defesa do Cidadão de Jacareí.
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