Saiu no site G1
Veja publicação original: Vítima de estupro em SC espera horas para fazer exame de corpo de delito: ‘Me senti um lixo’
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O crime ocorreu no bairro Testo Central, em Pomerode. A polícia faz buscas para identificar o suspeito do abuso.
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“Me senti um lixo, horrível, totalmente exposta. Descreveria como uma situação vexatória”. A declaração é de uma jovem de 24 anos que afirma ter esperado por mais de quatro horas para realizar um exame de corpo de delito, após ser estuprada. Segundo a vítima, o crime ocorreu no bairro Testo Central, em Pomerode, no Vale do Itajaí, no domingo (2), por volta das 23h. A polícia faz buscas para identificar o suspeito do abuso.
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A mulher afirma que havia descido do ônibus e estava voltando para casa quando ocorreu o estupro. “Não vi nada estranho, a rua estava totalmente deserta. Até que eu avistei o homem. Quando ele me atacou, eu tentei fugir dele. Ele me alcançou e conseguiu me agredir”, explica.
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Depois do crime, ela registrou um boletim de ocorrência. No primeiro atendimento hospitalar ainda em Pomerode, ela recebeu medicação contra infecções sexualmente transmissíveis e foi encaminhada para um hospital de Blumenau, para fazer o exame com um médico legista, que segundo ela demorou para ser realizado.
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“Eu fiquei esperando quatro horas e o médico legista não veio. Eu fiquei exposta no hospital em um lugar que passava qualquer pessoa. Eu fiquei esperando todo esse tempo até que desisti de fazer o exame no hospital”, conta.
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Depois de ir para casa e tomar banho, ela foi até o Instituto Geral de Perícias (IGP), onde fez o exame que constatou o estupro. Ao sair do exame, 16 horas depois do crime, ela fez uma publicação nas redes sociais sobre o caso.
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“Estou entendendo porque tantas mulheres se calam diante de uma situação dessas. O descaso que tratam uma pessoa que acabou de sofrer um trauma”, diz na publicação.
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O delegado de Pomerode, Rodrigo Marchetti, diz que as equipes estão investigando o caso e que a demora no atendimento da vítima pode interferir na identificação do agressor. Ninguém foi preso até esta publicação pelo crime.
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“A preservação da própria vítima, evitar a revitimização, mas também a questão da colheita da prova. Evitar que a vítima vá tomar banho e acabe se perdendo a coleta de material que pode ser muito importante na investigação que virá depois”, explica.
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O G1 entrou em contato com o hospital e aguarda retorno. O Instituto Médico Legal (IML) de Blumenau disse que a demora foi porque o médico de plantão que é responsável por onze cidades da região estava em outros atendimentos e que a identificação do agressor não deve ser prejudicada já que as roupas da vítima com os vestígios da agressão foram preservadas.
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