Saiu no site JORNAL GGN
Veja publicação original: Relatório denuncia “genocídio” de mulheres indígenas no Canadá
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O relatório final da comissão nacional de inquérito para elucidar os assassinatos e o desaparecimento de centenas de indígenas no Canadá, só será publicado oficialmente na próxima segunda-feira (3). Mas suas conclusões foram reveladas pela mídia canadense neste sábado (1). O texto denuncia um “genocídio” e aponta a responsabilidade do estado.
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A Comissão Nacional de inquérito foi instituída pelo primeiro-ministro Justin Trudeau, em 2016, para apurar crimes ocorridos nas últimas três décadas e não elucidados. Entre 1980 e 2012, cerca de 1.200 indígenas desapareceram ou foram assassinadas no país. Segundo o relatório, esse número poderia ser muito maior.
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A comissão ouviu cerca de 2.400 integrantes de comunidades indígenas em todo o Canadá. O resultado da investigação vai provocar um “debate explosivo” no país, adianta o jornal Le Devoir. O diário diz que o texto não se contenta em classificar os crimes de “genocídio”. O documento fala em “genocídio intencional” e aponta “a responsabilidade do Estado, que foi incapaz de proteger essas mulheres e jovens, principalmente de violências sexuais.”
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Estruturas coloniais
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“Esse genocídio está fundamentado em estruturas coloniais que são também responsáveis pela alta atual das taxas de violência, mortes e suicídios entre as populações nativas”, ressaltam os investigadores. Eles lamentam “a indiferença da sociedade canadense” diante desse fenômeno.
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O relatório questiona principalmente o papel de pensionatos que foram criados por Ottawa, no início do século 19 e que funcionaram até os anos 1990. Milhares de crianças indígenas cresceram nessas instituições, longe de suas famílias.
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Para que os cidadãos canadenses indígenas possam enfim usufruir de seus plenos direitos, os autores do relatório recomendam a criação de um tribunal especializado para os povos nativos.
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