Saiu no site DIÁRIO DE PETRÓPOLIS
Veja publicação original: Fortalecer a rede de atendimento à mulher é “imprescindível”, diz diretora-presidente do ISP
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Na apresentação do Dossiê Mulher 2019, ela afirmou que iniciativas como o Cram e o Nuam representam “avanço no enfrentamento à violência”
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Dados sobre Petrópolis mostram que o número de femícídios em 2018 caiu, mas ainda são altos os índices de lesão corporal, estupros e ameaças
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Apesar dos baixos índices de violência contra a mulher em Petrópolis na comparação com todo Estado, a rede de atendimento precisa continuar a ser fortalecida para que os índices possam diminuir ainda mais. Essa é a conclusão da diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública, Adriana Pereira Mendes, que esteve na Casa dos Conselhos na quarta-feira (29.05) para apresentar os dados obtidos pelo Dossiê Mulher 2019. Espaços e ações desenvolvidas em locais como Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) na delegacia do Retiro, entre outros, são vistos por ela como “imprescindíveis” para enfrentar a violência por causa do gênero.
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O Dossiê Mulher 2019 reúne dados do ano passado. De acordo com o relatório, foram dois femicídio (homicídios dolosos), contra seis um ano antes. O número de tentativas de homicídio, no entanto, teve um pequeno aumento (foi de 12 para 15). Em 2018, houve registro de 861 casos de lesão corporal, 118 estupros e 931 ameaças.
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“Com relação a Petrópolis, considerando o Estado do Rio como um todo, vemos que não são números tão significativos, felizmente. A gente observa, por exemplo, com relação ao número de feminicídio, em comparação com o Estado do Rio de Janeiro, que é bem reduzido, chegamos até, em 2016, a não ter nenhum caso. Ainda assim, observamos números expressivos de lesões corporais, ameaças, crimes que não têm a mesma gravidade como são os contra a vida, mas que ainda é necessária toda a atenção para que esses números diminuam”, analisou.
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Nesse cenário, a rede de assistência às vítimas da violência doméstica ganha ainda mais importância. Até meados de maio deste ano, o Cram fez 257 atendimentos em Petrópolis. O espaço oferece orientação jurídica, acompanhamento social e psicológico, em parceria com as delegacias da cidade, para atender mulher em situação de violência, seja ela moral, verbal, patrimonial, física ou sexual.
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Além disso, a cidade também tem a Sala Violeta, no Fórum de Itaipava, para acelerar o acesso das vítimas ao judiciário; e está construindo a Sala Lilás, que vai oferecer atendimento reservado para exames no IML. Este ano, a Guarda Civil também capacitou os agentes para atender mulheres em caso de violência dentro da Lei Maria da Penha.
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“Qualquer ação que visa dar um melhor atendimento e, sobretudo, um fortalecimento da rede de atendimento à mulher nos seus mais diversos aspectos, seja no âmbito da unidade policial ou no pós, é imprescindível, é muito importante, é um avanço no enfrentamento à violência”, ressaltou a diretora-presidente do ISP-RJ.
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Durante o evento, que reuniu cerca de 150 pessoas, o coordenador de Relações Institucionais, Roberto Junior, destacou que a mulher vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade e que é preciso caminhar no sentido de acabar com o machismo para reduzir a violência doméstica.
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“Em pleno século XXI, ainda vemos a diferença com que a mulher ainda é tratada. Ver esses índices absurdos de violência contra a mulher é algo que nos entristece. E muitas vezes, por coisa tão simples, preconceito por causa da roupa que veste, até a posição no trabalho. Isso tem que ser combatido, o machismo tem que ser freado. Acredito muito na força da mulher, tenho muita esperança de que vai chegar a hora em todos os homens vão se conscientizar e realmente vai entender e valorizar a mulher”, afirmou Roberto Junior.
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Coordenadora do Gabinete da Cidadania e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Anna Maria Rattes agradeceu a disponibilidade da diretora-presidente do ISP-RJ para trazer os dados de Petrópolis e destacou que a prefeitura aposta em diversas mulheres, o que é um sinal da representatividade feminina.
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“Nós temos no governo um volume de mulheres capazes e exercendo suas funções com muita competência, reconhecidamente. Agradeço a todas elas porque tiveram a sensibilidade de estar aqui prestigiando a apresentação e a luta das mulheres contra a violência doméstica. Saber os números é um passo fundamental para formular as políticas públicas para combater essa violência”, disse.
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A mesa principal da apresentação do Dossiê contou com a presença de todas as secretárias: Márcia Palma (Educação), Fabíola Heck (Saúde), Karina Bronzo (Serviços, Segurança e Ordem Pública), Denise Quintela (Assistência Social) e Elaine Nascimento (Fazenda).
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