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Advogadas mães exploram um novo nicho nos EUA: o das mães

Saiu no site CONJUR

 

Veja publicação original:  Advogadas mães exploram um novo nicho nos EUA: o das mães

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Por João Ozorio de Melo

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Ser mãe é uma nova qualificação profissional nos EUA. Advogadas autônomas, sócias ou empregadas de escritórios de advocacia que se especializam em Direito de Família estão destacando essa “vantagem” em biografias e em material de marketing. Isso é resultado de uma tendência que está se firmando no país: mães que buscam representação em casos de divórcio, custódia, relações domésticas e tudo que pode estar relacionado com ela e com os filhos preferem contratar uma advogada que também seja mãe.

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Nos EUA, mães que buscam representação em casos de família preferem contratar uma advogada que também seja mãe
Olena Kachmar

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Afinal, ninguém entende melhor uma mãe do que outra mãe. Ninguém vai dar mais atenção e lutar mais pelos direitos das mães e seus filhos do que uma advogada que também é mãe. Essas são, basicamente, as explicações que novas clientes dão à advogada Nanda Davis, que também é mãe, na primeira reunião. “Eu pesquisei na internet e escolhi você por também ser mãe”, ela diz ter ouvido inúmeras vezes, conforme escreveu em um artigo para o site Above the Law.

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Se a futura cliente visitar o site da Davis Law Practice (de Nanda Davis), vai ver quatro botões. O primeiro leva a um texto em que ela explica o tipo de representação que oferece aos clientes (porque ela também atende homens, pelo menos por enquanto). O segundo vai a seu principal nicho de marketing. Sob o título “Mãe e Advogada”, ela escreve:

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“Na condição de mãe, eu entendo que, quando você vai ao tribunal como mãe, o resultado irá afetar não só a você, mas também seus filhos. Com seus filhos envolvidos, os riscos não podem ser mais altos. Apenas outra mãe pode entender como é terrível não saber o que pode acontecer com seus filhos e eu prometo colocar você e seus filhos acima de tudo”.

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Nanda Davis faz parte de um grupo de advogadas mães que criou a “MothersEsquire”, que pretende acabar com a “penalidade de ser mãe”. Além disso, a organização assumiu as missões de promover a equiparação salarial das mulheres e defender a promoção e as taxas de retenção. Mas o mais essencial está expresso nos “objetivos” da organização:

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  • fornecer apoio, recursos, treinamento, informações e oportunidades de networking a advogadas com família;
  • fornecer treinamento e informações a escritórios de advocacia e outros empregadores jurídicos sobre políticas e práticas que irão ajudá-los a reter talentos valiosos de advogadas durante período de cuidados críticos (da família).

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Nanda Davis conta que a primeira gravidez a deixou preocupada profissionalmente. Ela pensou que os clientes iriam supor que ela estaria menos comprometida com o trabalho, por causa de sua dedicação ao filho. Mas aconteceu o contrário. Ela passou a atrair mais clientes e se tornou melhor advogada na sala de julgamento. Hoje, as clientes dela preferem remarcar reuniões a mudar de advogado, quando ela tem um problema em casa. Elas sabem como isso funciona.

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Para as mães, enfrentar um julgamento é uma situação crítica, porque vêm à tona situações do casamento, das finanças, da maternidade e das escolhas que fez na vida. As mães também cometem erros, sofrem frustrações, têm conflitos e receio de não terem feito o certo. A última coisa que elas querem é um advogado que irá julgá-las duramente por escolhas que fizeram como mães. Por isso, querem se relacionar com alguém que as entenda. É impossível entender, por exemplo, as consequências de noites seguidas sem dormir por causa dos filhos.

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As advogadas mães também são mais qualificadas para preparar suas clientes para testemunhar no tribunal sobre as dificuldades únicas que enfrentam com as crianças. As clientes se abrem mais e se sentem melhor ouvidas. Além disso, as advogadas mães também têm se dedicado a “educar” os juízes — embora há mais juízas hoje em dia, ainda há muitos juízes que nunca tiveram de cuidar dos filhos.

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As advogadas mães do grupo que constituiu a MotherEsquire também representam mães, com alguma vantagem, em outras áreas do Direito. Elas atuam, por exemplo, na área criminal e podem explicar melhor como o estresse da maternidade pode afetar a intenção ou questões sobre cuidados com crianças podem vir à tona em julgamentos.

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Elas atuam também em casos relacionados a fundos patrimoniais, inventários, testamentos e fideicomissos, sempre que os interesses únicos das crianças estão em jogo. Enfim, há muitas áreas em que a conexão de uma mãe com a advogada mãe se torna o fator decisivo na escolha de um advogado, elas dizem.

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Nanda Davis afirma que os escritórios de advocacia devem destacar nas biografias de seus sites ou em qualquer material de marketing as advogadas que são mães. Elas ajudam a atrair mais clientes e reter os atuais. Assim, em vez de tratá-las como um encargo, devem tratá-las como mais um recurso útil do escritório.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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