Saiu no site INSTITUTO GELEDÉS
Veja publicação original: Jovem caxiense consegue estágio na NASA: ‘Existe espaço pra meninas negras’
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Astrônoma da UFRJ conseguiu bolsa de pesquisa e pretende incentivar outros estudantes
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Por Igor Silva
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Duque de Caxias – A maior agência de pesquisas aeroespacial do planeta virou local de estudo para uma jovem de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Desde o início do ano, Carolyne Oliveira, de 27 anos, vem frequentando a NASA’s Goddard Space Flight Center (Centro de Voos Espaciais Goddard, em tradução livre), em Greenbelt, Maryland, nos Estados Unidos, para aprimorar a própria pesquisa de mestrado.
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A jovem, moradora do bairro da Vila Meriti, é aluna da UFRJ e tem como objeto de estudo a astrofísica extragalática. Em linhas gerais, Carolyne estuda uma semelhança entre as diferentes galáxias do universo.
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“Eu sou aluna de mestrado no Observatório do Valongo (UFRJ) e a minha pesquisa é focada em astrofísica extragaláctica. Eu uso dados provenientes de vários telescópios junto com muita física e computação para entender como as galáxias evoluem pelo universo. Na colaboração na NASA, com a pesquisadora Dra. Antara Basu-zych, eu analiso como as propriedades físicas e a aparência dessas galáxias estão conectadas entre si e como a presença ou não de outras galáxias ao seu redor pode determinar o porquê dessas galáxias serem similares a galáxias distantes”, detalhou a estudante.
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Formada em Astronomia pela própria UFRJ, Carolyne conseguiu uma bolsa de pesquisa pelo Programa Geral de Cooperação Internacional (PGCI) financiada pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que é um programa para incentivar o intercâmbio de estudantes brasileiros no exterior. A astrônoma volta para Caxias no fim deste mês já com planos para retornar aos EUA. É lá que a astrônoma pretende fazer o doutorado.
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“Conhecimento é um bem”
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Apesar de estar realizando um sonho, Carolyne confessou que nunca pensou que um dia estaria estudando na NASA. Ela passou por dificuldades para concluir a graduação, mas não desistiu dos estudos em astronomia. A jovem pretende agora ser um exemplo para outras meninas da periferia.
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“Quando eu comecei a graduação em astronomia não imaginava que um dia estaria nos EUA colaborando com pesquisadores da NASA. Acho que só segui os conselhos da minha mãe que conhecimento é o único bem que ela poderia deixar pra mim e ninguém pode tirar de mim. Foi muito trabalhoso para mim e para a minha família, em especial a minha mãe, para que eu conseguisse terminar a faculdade. É importante mostrar para outras meninas negras que existe espaço para elas em qualquer ambiente de trabalho”, finalizou Carolyne.
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