Saiu no site ESTADÃO
Veja publicação original: Equipe só de mulheres disputa torneio inédito no hipismo
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Equipe de Karina Johannpeter participa do torneio Longines Extreme Teams’ Challenge na Hípica Paulista
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Por Gonçalo Junior
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O hipismo é a única modalidade olímpica com igualdade de gênero. Homens e mulheres disputam as mesmas provas, tanto entre si quanto por equipes. Nesta semana, uma disputa inédita por equipes durante o SHP Open, na Sociedade Hípica Paulista, leva esse conceito um pouco adiante. A amazona Karina Johannpeter, uma das candidatas aos Jogos Pan-Americanos e à Olimpíada de Tóquio, formou um time só com amazonas. São dez meninas inscritas, com sete competidoras na primeira etapa.
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Da esquerda pra direita: Chloe Tanzilli (montada, à esquerda), Karina Johannpeter, Maithe Caminada, Andrea Muniz, e Renata Scafuro (montada à direita) formam a equipe Passion Foto: Robson Ventura/Estadão
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“A ideia surgiu de uma maneira simples, ganhou apoio e evoluiu. O intuito é motivar as atletas, destacar os novos talentos e reafirmar que a força física não é a questão fundamental no hipismo. A habilidade e a conexão com o animal são fundamentais”, diz Karina, bronze por equipes no Pan de 2003 em Santo Domingo e que por pouco não se classificou para a disputa dos Jogos do Rio.
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O formato do torneio facilita a formação de um time feminino. A primeira etapa do Longines Extreme Teams’ Challenge (LXTC) é uma competição por equipes que coloca cavaleiros e amazonas profissionais ao lado de jovens promessas e amadores competitivos. O evento foi organizado pelo cavaleiro Alvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda. São 13 equipes, de 7 a 10 cavaleiros ou amazonas, que participam de sete etapas e um playoff até sábado. A premiação total é de cerca R$ 2 milhões.
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“Se pudéssemos comparar o Longines XTC à Fórmula 1, seria o mesmo que incluir corredores de kart em provas para definir o grid de largada de um grande prêmio”, compara o dono de duas medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000 nas provas de salto.
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Doda afirma que a equipe feminina pode obter bons resultados. “As mulheres estão com tudo em todas as atividades. Acredito que elas vão dar muito trabalho nas provas”, afirmou.
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O torneio acontece paralelamente ao Concurso de Salto Nacional e Internacional SHP Open 2019, que abre a temporada na Hípica Paulista. Uma das principais atrações estará na plateia. Novo treinador da equipe brasileira de salto, o suíço Philippe Guerdat observa o concurso de olho na formação do time para os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, de 26 de julho a 11 de agosto.
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Depois de liderar a equipe francesa campeã na Rio 2016, ele vai observar as provas internacionais que são disputadas no País para selecionar os participantes do time brasileiro. Atualmente, são observados 20 cavaleiros e amazonas para o Pan, considerando-se as competições no Brasil, Estados Unidos e Europa. Aos 68 anos, Guerdat é pai de Steve Guerdat, campeão em Londres/2012 e atual número 1 do mundo.
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O Time Brasil de Salto ainda não está classificado para os Jogos Olímpicos de 2020. Os três países primeiros colocados no Pan carimbam o passaporte para Tóquio. Entre os candidatos à equipe do Pan a postos na Hípica Paulista estão José Roberto Reynoso Fernandez Filho, Stephan Barcha, Karina Johannpeter, Cesar Almeida, Tiago Mesquita, Artemus de Almeida e Mariana Cassettari.
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Outro nome que pode ser considerado é Rodrigo Pessoa, que adquiriu um novo cavalo. Se conseguir bons resultados a 1.60 m de altura, ele poderá deixar de ser técnico da Irlanda para voltar a saltar pelo Brasil. O tempo hábil para o Pan é reduzido.
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