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A mulher que ajuda a melhorar a comunicação no BC da Argentina

Saiu no site UNIVERSA

 

Veja publicação original:  A mulher que ajuda a melhorar a comunicação no BC da Argentina

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Por Patrick Gillespie e Ignacio Olivera Doll

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Veronica Rappoport desembarcou em Buenos Aires em setembro com uma missão: ajudar a acabar com a crise cambial que se criou durante meses de equívocos de comunicação e políticas erráticas do Banco Central.

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A tarefa não era fácil. O peso argentino caía descontroladamente e o Fundo Monetário Internacional havia acabado de pedir que o Banco Central melhorasse sua comunicação. A Argentina enfrentava uma grande crise de confiança cujas sementes podem ter sido plantadas nove meses antes, quando a autoridade monetária inesperadamente relaxou as metas de inflação, gerando a especulação de que o presidente Mauricio Macri estava pressionando por juros menores para estimular o crescimento econômico.

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Desde aquela mudança fatídica, dois presidentes do BC pediram demissão. Guido Sandleris, o atual, assumiu o cargo em setembro, quando a Argentina renegociava um pacote de resgate de US$ 56 bilhões com o FMI. Ele convocou Rappoport, professora associada da London School of Economics e antiga amiga de faculdade, para ajudá-lo a estancar a hemorragia cambial. Ela ingressou no banco como um de seus dois vice-presidentes, juntamente com Gustavo Cañonero, que havia chegado em junho, e se tornou a mulher de cargo mais elevado na instituição durante a era Macri.

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Rappoport rapidamente deu início a uma ofensiva, reunindo-se com investidores e formadores de opinião para explicar o complexo pacote de medidas — como congelar a base monetária e impor uma faixa cambial — que acabava de ser lançado para enfrentar a crise. Três semanas após a nomeação, ela foi enviada para a reunião do quarto trimestre do FMI, em Bali, para ser o rosto do Banco Central argentino. Agora, ela ajuda a supervisionar a estratégia de comunicação do banco, da redação dos comunicados à imprensa a reuniões informativas com os investidores, e também uma reformulação geral do website e do banco de dados da instituição, segundo uma pessoa com conhecimento direto do trabalho dela.

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A crise da Argentina tem raízes mais profundas, mas a incapacidade do Banco Central de transmitir claramente sua mensagem estava piorando os problemas. Por enquanto, as novas políticas do Banco Central e a melhora da comunicação estabilizaram a moeda. Após a queda de mais de 50 por cento em relação ao dólar americano até o fim de setembro, o peso subiu quase 10 por cento. A inflação esfriou por três meses consecutivos. O risco soberano da Argentina caiu significativamente.

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“A comunicação melhorou e a política monetária ficou mais realista desde que Sandleris, Cañonero e Rappoport assumiram, considerando as limitações do banco”, disse Fausto Spotorno, economista-chefe da consultoria local Orlando Ferreres & Asociados. “Rappoport é muito boa economista.”

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O FMI também percebeu. Elogiando a “mente analítica afiada” de Rappoport, um porta-voz do fundo afirmou que as comunicações desde então se tornaram mais “oportunas e transparentes, e, com isso, ajudaram a melhorar a credibilidade do banco central”. Ele acrescentou que “ela representa uma forte adição ao muito competente grupo de profissionais do Banco Central argentino.”

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Déficit de mulheres

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Rappoport, 46, ingressou no conselho do Banco Central quatro meses depois de a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, repreender publicamente a equipe de negociação exclusivamente masculina da Argentina, dizendo que havia um “déficit de mulheres”. O Banco Central e o FMI afirmaram que o comentário de Lagarde não teve nenhuma relação com a nomeação. Rappoport preferiu não conceder entrevista para esta reportagem.

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Criada em Buenos Aires, ela fez doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e depois lecionou na Universidade de Columbia e na LSE. Apesar de ter passado boa parte das últimas duas décadas no exterior, Rappoport manteve o envolvimento com os círculos políticos da Argentina. Ela atuou como conselheira do Ministério da Economia em 2000 e seu pai é um alto funcionário do Ministério do Interior.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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