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Veja publicação original: Funcionários da Google criam campanha contra lei anti-processo por assédio
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Por Wagner Wakka
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Funcionários da Google mais uma vez se manifestaram contra atitudes da empresa. Depois de cartas abertas no ano passado e até pedidos de demissões por conta de projetos com Pentágono e com o governo chinês, agora há um novo assunto em pauta. Um grupo de funcionários criou um perfil no Twitter chamado End Forced Arbitration para discutir uma política de mesmo nome.
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O termo pode ser traduzido como arbitragem forçada. A arbitragem é um processo muito semelhante a acordo entre as partes, o que acontece no direito aqui no Brasil. Ambos os lados de um processo são convidados a apresentar seus pontos e, então, um árbitro externo é quem resolve quem tem razão na questão.
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No caso da arbitragem forçada, os funcionários são obrigados, por contrato, a participar deste tipo de processo caso haja um problema interno. Embora pareça uma forma mais prática de resolver o problema, tal grupo explica que, na verdade, esta ferramenta é utilizada para evitar que a questão seja exposta para fora da empresa. Isso porque quando um funcionário ou mesmo consumidor participa desta espécie de negociação, fica impedido de processar a empresa, ou participar de ações conjuntas. Em suma, é uma maneira de fazer com que funcionários não processem a empresa na qual trabalham.
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O que os funcionários pedem é exatamente a mudança a regra que permite que empresas como a Google coloquem este tipo cláusula em seus acordos de contratos de novos funcionários.
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A polêmica começou no primeiro dia de dezembro do ano passado, quando uma reportagem do New York Times mostrou que a Google tem uma tendência em mascarar condutas sexuais consideradas erradas dentro da companhia. Em um dos exemplos apontados pelo veículo, estava o acordo com Andy Rubin, quem teria recebido US$ 96 milhões para deixar a empresa após ser acusado de má conduta sexual.
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Por conta disso, mais de 20 mil funcionários da Google pelo mundo fizeram uma passeata na época pedindo mudanças dentro da empresa sobre o assunto. Entre elas, a de que a companhia mudasse a regra de arbitragem forçada para casos de assédio sexual e outras questões de sexualidade.
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Pouco tempo depois, a Google disse que havia mudado as suas políticas e passaria a não mais colocar a regra em seus contratos para novos funcionários. Entretanto, segundo postagem no Medium do grupo, a empresa ainda mantém a cláusula em contratações negociadas em 2019.
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Todo este cenário levou os funcionários a criarem o grupo Googlers for End Forced Arbitration (algo como “funcionários da Google pelo fim da arbitragem forçada”, em tradução livre). Eles prometeram divulgar em breve uma campanha que explica por que a medida “nega a 60 milhões de americanos acesso a seus direito civis”.
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Até o momento, o CEO da empresa, Sundar Pichai, não se manifestou sobre o assunto.
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Fonte: Medium
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