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Veja publicação original: Ao contrário do que prega a tradição, cuidar de filho não é coisa de mulher
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Por Regina Navarro Lins
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No Ocidente, o número de pais solteiros está crescendo. Ao contrário de outras épocas, que, em caso de separação, nem se discutia com quem o filho iria viver — só em casos excepcionais a criança ficava com o pai —, hoje muitos pais solicitam a guarda dos filhos.
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Vários estudos revelam que os homens se arranjam bem quando têm que ser pai e mãe ao mesmo tempo. A inglesa Margareth O’Brien, que conduziu uma pesquisa muito detalhada com 59 pais londrinos com a guarda de crianças de cinco a onze anos, cita esta confidência de um deles: “Devo referir-me a mim mesmo como a uma mãe, porque não há palavra para designar os homens que fazem o que eu faço”.
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Como a pesquisa do sociólogo americano Scott Coltrane documenta, os homens mais jovens, principalmente, estão começando a descartar as definições estereotipadas de paternidade como um papel distante, provedor de disciplina, ao invés de maior envolvimento com o cuidado da criança, geralmente classificado de maternagem.
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Ao contrário do que prega a tradição cultural, a maternagem — cuidados cotidianos proporcionados à criança, acompanhados da consciência da responsabilidade direta por ela — não tem sexo, mas também não tem nada a ver com os poucos minutos por dia que o pai tradicional dedica a seus filhos.
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Alguns homens romperam na frente com os padrões estabelecidos. Pouco antes de ser assassinado, John Lennon declarou publicamente: “Gosto que se saiba que, sim, cuido do bebê e faço pão, que eu era dono de casa e me orgulho disso.”
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