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Veja publicação original: Internet das coisas abre nova fronteira para abuso doméstico no mundo
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Maioria dos dispositivos são instalados por homens
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As pessoas que entraram em contato com a emergência e com abrigos de violência doméstica disseram sentir que estavam enlouquecendo. Uma mulher ligou o ar-condicionado, mas ele desligou sem que ela tivesse dado qualquer comando ao aparelho. Outra vítima afirmou que os códigos da fechadura digital de sua casa mudavam todos os dias e a campanhia tocava sempre, sem que ninguém estivesse chamando.
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Essas histórias fazem parte de um novo padrão de comportamento em casos de absuso doméstico, ligado às casas conectadas — na chamada internet das coisas. Fechadura, alto-falante, termostato, luz e câmeras vendidos como inovações tecnológicas se tornaram também mecanismos de assédio, monitoramento, vingança e controle, segundo o The New York Times.
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Em mais de 30 entrevistas feitas pelo jornal norte-americano no primeiro semestre, vítimas de abuso doméstico, seus advogados, trabalhadores de abrigos e equipes de emergência descreveram como a tecnologia estava se tornando uma nova “ferramenta alarmante”.
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Segundo a investigação, os abusadores controlam remotamente utensíos domésticos, às vezes para monitorar alguém, outras vezes apenas para assustar. Em alguns casos, mesmo depois de um parceiro ter deixado a casa, os dispositivos geralmente continuavam ligados para intimidar e confundir a pessoa.
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Para vítimas e socorristas, as experiências foram, muitas vezes, agravadas pela falta de conhecimento sobre como a tecnologia inteligente funciona e sobre quanto poder outra pessoa tinha sobre os dispositivos.
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Alguns fabricantes de dispositivos conectados negaram receber relatos de consumidores que foram vítimas de abuso por conta de seus produtos. Embora não haja solução definiva para o problema, as empresas reforçaram que os gadgets podem ser desativos por meio dos botões de redefinição e pela alteração de senha do Wi-Fi da casa.
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Apesar dos casos relatados ao jornal, nenhum grupo ou entidade está investigando o uso criminoso desses dispositivos porque a tecnologia é relativamente nova. Em 2017, 29 milhões de lares nos Estados Unidos tinham alguma tecnologia inteligente, de acordo com um relatório da McKinsey. A consultoria estima que a adesão aos produtos cresça 31% ao ano.
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Os aparelhos domésticos conectados são, em grande parte, instalados por homens, disse Melissa Gregg, diretora de pesquisa da Intel, ao The New York Times. Além disso, muitas mulheres não têm todos os aplicativos em seus telefones, acrescenta Jenny Kennedy, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade RMIT em Melbourne, Austrália, que está pesquisando famílias que instalam tecnologias de casas inteligentes.
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Todas as pessoas entrevistadas pelo jornal norte-americano eram mulheres, a maioria de alto padrão social. Elas se recusaram a divulgar seus nomes, alegando segurança e algumas porque estavam se divorciando.
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Uma médica do Vale do Silício (EUA) disse que o marido, um engenheiro, “controla o termostato, as luzes e a música”. “Relacionamentos abusivos são sobre poder e controle, e ele usa a tecnologia”, afirmou.
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