Saiu no site G1
Veja publicação original: Polícia Civil prende três suspeitos de praticarem ‘estupro virtual’ e outros crimes sexuais pela internet
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Operação policial reprime ação de trio, em que pela web, o agressor ameaça vítima com divulgação de fotos para amigos e parentes. Em um dos casos, jovem foi forçada a fazer sexo com o porteiro do prédio em que mora e a filmar toda a ação.
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Por Eduardo Tchao e Márcia Brasil
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Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher realizaram, nesta terça-feira (27) uma operação para reprimir uma quadrilha que realizava “estupro virtual”. Três suspeitos de praticarem o crime foram presos.
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O trio negou o crime.
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No início da manhã, Carlos André Cesário de Araújo, de 19 anos, foi preso em flagrante em sua casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
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Carlos André vinha sendo monitorado pela delegacia. A polícia disse que encontrou provas de pedofilia no computador que ele usava.
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Além de Duque de Caxias, os policiais também estiveram nos bairros do Méier, na Zona Norte da cidade; Campo Grande, na Zona Oeste e Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Na cidade foi preso Leonardo Vieira da Silva, de 22 anos.
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Leonardo é acusado de estuprar a noiva, que era dopada antes do crime, e a enteada de seis anos.
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“Não fazia isso”, garante Leonardo mesmo com a polícia afirmando possuir imagens do crime.
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Leonardo também vai responder por estupro virtual que é quando o agressor grava imagens e faz ameaças às vítimas para obter vantagens.
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A delegada Fernanda Fernandes diz que esse tipo de crime é cada vez mais comum.
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“Guardar, compartilhar, divulgar fotos de videos e imagens pornográficas, imagens íntimas, imagens envolvendo estupros, ato sexual da vítima sem o consentimento dela. Tudo isso é crime. Ainda que não seja você que tenha gravado, ainda que não seja você que esteja se relacionando com essa vítima”, afirmou a delegada.
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Segundo os investigadores, em alguns casos, o criminoso não conhece a vítima pessoalmente mas estabelece contato pela internet e, com o tempo, pede fotos da pessoa sem roupa. Depois vem a chantagem.
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A lei que trata desses crimes foi aprovada em setembro e pune com um a cinco anos de cadeia quem divulgar cenas de sexo, nudez, pornografia ou qualquer registro de estupro.
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A punição fica ainda mais grave se o agressor for um ex-namorado, um ex-marido, alguém que tenha tido relação íntima com a vítima. Nesse caso, é a chamada pornografia de revanche.
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O homem que divulgar material íntimo da ex só pra se vingar pode pegar até 8 anos de cadeia.
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Crimes virtuais
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Em redes sociais, os suspeitos ameaçam uma jovem:
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“Vou mandar para esses dois e para os amigos deles primeiro. Depois, para os seus amigos do facebook. e da sua escola, claro”
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“Aí, depois vou mandar para o seu irmão e para os seus primos e completa: vou imprimir e dar um jeito de deixar no correio da sua casa, pra sua mãe”.
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Em um outro caso investigado pelos policiais, para não ter as fotos expostas, a vítima foi forçada a fazer sexo com o porteiro do prédio em que mora e filmar.
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Esse é o trecho da conversa em que ela concorda com a chantagem:
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“Vou fazer. No porteiro.
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Como você quer que faça?
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Filme?”
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Outro delito virtual é o chamado “crime de pornografia da vingança”, que acontece após o fim da relação.
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“Quando o agressor termina com a vítima, ele fica ameaçando divulgar, muitas vezes acaba divulgando. Então, ele começa a querer, a solicitar da vítima, exigir da vítima, uma vantagem sexual”, explica a delegada.
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No fim da tarde, outro homem foi preso, suspeito de pedofilia: Paulo André Rodrigues Santos, de 30 anos, estava em casa no Méier.
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