Saiu no site ESTADÃO
Veja publicação original: MP entra com ação contra curso médico que erotiza mulheres
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Ação pede ainda que os réus se abstenham de criar, publicar, comercializar e utilizar material didático, que tenham conteúdo discriminatório e ofensivo de gênero e raça
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Por Robera Jansen
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RIO – O Ministério Público do Rio entrou com uma ação contra um curso médico “responsável pela produção de apostilas que utilizam textos e ilustrações que depreciam, objetificam e erotizam as mulheres“. De acordo com a ação, o material didático distribuído é também racista.
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As apostilas sobre doenças sexualmente transmissíveis foram produzidas pelo Medgrupo, principal cursinho de preparação para concursos de residência médica do país.
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Além de apresentar estereótipos misóginos, o material também é racista, segundo ação, por associar mulheres negras à prostituição. “A reprodução desse material (…) é ato discriminatório, com conteúdo vexatório de gênero e raça, em patamares inadmitidos pelo Estado democrático de Direito brasileiro”, diz a ação.
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De acordo com o inquérito que deu origem à ação, ao ser questionada por estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a equipe do Medgrupo justificou que é contrária ao que denominou “agenda do politicamente correto”. A equipe do cursinho afirmou ainda que não modificaria “nenhuma vírgula do material”.
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Atribuiu os questionamentos ao que chamou de “seleto grupo de limitados bem intencionados que se esforçam em desconstruir o mundo”. Finalizou a resposta afirmando que seria necessária sorte para aqueles que optassem por frequentar outro curso em repúdio ao ocorrido. A petição inicial reproduz ilustrações e diversos trechos publicados no caderno “Hypothesis – diagnóstico diferencial – síndrome de transmissão sexual” editado em 2016, 2017 e 2018.
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Para o MPRJ, não há dúvidas de que a publicação é “atentatória ao Código de Ética Médica e viola normas expedidas pelo Conselho Federal de Medicina“.
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Além das empresas Mederi Editora de Especialidades Médicas e Rmed Cursos Médicos, são réus no processo o médico diretor e presidente do curso e os médicos responsáveis pela atualização do conteúdo editorial técnico-científico na área de especialidades médicas.
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A ação pede ainda que os réus se abstenham de criar, publicar, comercializar e utilizar material didático, que tenham conteúdo discriminatório e ofensivo de gênero e raça, sobretudo material constante do caderno “Hypothesis – diagnóstico diferencial – síndrome de transmissão sexual”. O material existente deve ser recolhido.
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