Saiu no site G1:
Veja publicação original: Mulher iraniana detida por tirar véu em público denuncia pena de 20 anos de prisão
.
Shaparak Shayarizadeh, uma das mulheres detidas no Irã por tirar seu véu em público, denunciou em um vídeo publicado nesta segunda-feira no Instagram que foi condenada a 20 anos de prisão, 18 deles de pena suspensa, embora por enquanto não haja confirmação oficial.
.
Shayarizadeh foi liberada no final de fevereiro mediante pagamento de fiança após mais de um mês atrás das grades. Atualmente, ela não está no país.
.
“Me deram a sentença: 20 anos. 20 anos por protestar contra uma lei injusta, pela minha desobediência civil e por tirar o véu em público”, afirma no vídeo.
.
O uso obrigatório do véu às mulheres foi imposto no Irã após o triunfo da Revolução Islâmica.
.
Segundo o artigo 638 da Lei de Castigos Islâmicos, as mulheres que aparecem em público sem o hijab serão condenadas a entre 10 dias e 2 meses de prisão, e a uma multa de até 500 mil riales (cerca de 6 euros no câmbio atual).
.
Até o momento, o poder judicial iraniano não se pronunciou sobre este caso e nem sobre a condenação anunciada pela mulher.
.
Sem véu e à beira das lágrimas, Shayarizadeh explicou no vídeo que a condenação estipula “dois anos de prisão e 18 anos de prisão de pena suspensa”.
.
“Eu devo viver durante 18 anos quieta, e além disso, o promotor queria uma pena mais dura de prisão”, denunciou a mulher.
.
.
As meninas da rua Engelab
.
Shayarizadeh foi detida em janeiro nos protestos contra o uso obrigatório do véu no Irã, o que levou algumas mulheres a se manifestarem na avenida Engelab de Teerã e pendurar o hijab em um poste.
.
Dezenas de mulheres foram detidas entre dezembro e fevereiro por este movimento de protesto, denominado “as meninas da rua Engelab”.
.
.
Advogada presa
.
Sua advogada é a famosa defensora do direito humano Nasrin Sotudeh, que foi presa em 13 de junho por acusações que não foram divulgadas. Devido à situação de Sotudeh, Shayarizadeh conheceu a sua sentença com atraso.
.
Em fevereiro, Sotudeh explicou à Agência Efe que a tinham impedido de visitar Shayarizadeh na prisão e que esta mulher tinha sofrido “golpes e maus tratos” atrás das grades.
.
Segundo a advogada, prêmio Sakharov à Liberdade de Consciência do Parlamento Europeu em 2012, a acusação contra Shayarizadeh era de “tentar minar a segurança nacional”.
.
.
.
.
.
.11