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Veja publicação original: Voto, voz, vez e vontade
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Por Maria Thereza Trad
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A inserção e o reconhecimento dos direitos das mulheres em nossa sociedade têm sido arduamente conquistados desde o tempo anterior à Proclamação da República, por meio de muita luta, força de mobilização e reivindicação de vários grupos e segmentos sociais.
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Já se passaram 86 anos desde que o direito das mulheres votarem e serem votadas no Brasil fosse por lei reconhecido, ainda no governo de Getúlio Vargas, no dia 24 de fevereiro de 1932.
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Contudo, ainda hoje, 85% dos cargos políticos são ocupados por homens.
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Cabe a cada cidadão de bem deste país, e principalmente as mulheres que agora votam, mudar este triste cenário. Caso contrário, as muitas situações de humilhação, descaso e abusos que vitimam as mulheres, seja no ambiente doméstico, seja no trabalho e nos espaços públicos, continuarão alcançando números alarmantes, pois estes agressores contam ainda com a impressão de impunidade e ineficácia do rigor da lei e das instituições para modificar suas posturas.
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É preciso mais severidade nas leis contra estes atos covardes que vitimam tantas mulheres, crianças e idosos no país. Isso não será alcançado sem uma melhor composição da representatividade de homens e mulheres na vida pública e política de nosso país, seja nos espaços do Poder Legislativo, seja nos do Poder Executivo.
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Sendo as mulheres mais da metade da população brasileira, muitas delas respondendo como chefe da família, criando com imensas dificuldades os seus filhos pela ausência do suporte e da presença da figura paterna, a representatividade da participação da mulher na política é ainda irrisória.
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Não podemos menosprezar tanto esforço, tanta luta e sacrifícios que foram realizados para que pudêssemos chegar até aqui.
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Contudo, sem forte conscientização e mobilização, o direito efetivo de mais respeito e igualdade não poderá ser de fato alcançado. Há muitos conflitos de interesses impedindo o reconhecimento real destes direitos.
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A história tem nos mostrado que sem conscientização, forte mobilização e luta, o respeito pela igualdade de direitos sociais em nossa sociedade não pode ser alcançado.
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Pergunto: até quando, minha gente?
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Até quando os cidadãos se conscientizarem que não teremos uma sociedade justa e igualitária enquanto homens e mulheres não forem respeitados por igual, tanto em direito quanto em obrigações.
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Cabe a todos, principalmente ao voto feminino, mudar esta triste realidade. Precisamos de um Brasil melhor e igual para todos. Isso ocorrerá quando o voto, a voz, a vez e a vontade de todos prevalecerem sobre este Estado de coisas injusto, violento e desigual.
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