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Veja publicação original: 11 mulheres que trabalham com esporte contam as coisas mais machistas que já ouviram
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Por Juliana Kataoka
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“O que você está fazendo aqui em vez de estar em casa cozinhando?” e outros absurdos que parecem saídos do século retrasado.
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Entrevistamos mulheres que trabalham com esporte – de redações especializadas a instituições e agências de marketing – para saber como o machismo ainda se faz presente no dia a dia delas. Aqui estão alguns dos depoimentos.
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1. “Cairia de boca aí”.
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2. “Desse jeito é melhor você ir jogar ali com as meninas”.
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3. “Até que enfim estão colocando mais perereca nessa redação”.
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“Na minha primeira semana de trabalho um cara disse: ‘Até que enfim estão colocando mais perereca nessa redação’. Era um dos meus primeiros trampos e eu fiquei muito constrangida porque tinha acabado de ser apresentada pra ele.
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Esse cara sempre foi machistão. Ele ficava olhando pras mulheres de um jeito meio nojento. Eu sei que em dia que ele ia pra redação não usávamos vestido ou legging porque a gente se sentia mal. O pior é que tem coisa que não dá pra bater de frente, sabe? Não vale a pena porque só desgasta a saúde mental. O melhor é tentar abstrair”. – 24 anos, repórter de esporte.
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4. “Mulher falando de futebol? Simplesmente não combina”.
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5. “Até parece que nunca viu um homem nu”.
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6. “Infelizmente seu perfil não está dentro do que procuramos”.
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7. “Passou entre mais de quatro mil pessoas? Hum, o que será que você fez pra isso???”
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8. “Vem pra cá, você fica no meu hotel”.
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“Eu comecei faz pouco tempo a fazer reportagens no gramado. E depois do meu primeiro jogo muitas pessoas começaram a me seguir nas redes sociais. Dentre eles, um jornalista de um jornal de esportes. Ele me chamou na DM e conversamos sobre futebol, ele me parabenizou e ok!
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Passou alguns dias, eu postei alguma coisa sobre a série “La Casa de Papel” e ele me chamou e falou: ‘O professor é bem sexy, né?’ E eu preferi responder que admirava a inteligência dele. E ele já veio com um: ‘Inteligência é algo afrodisíaco’. Eu não respondi.
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Ele percebeu e mudou de assunto, perguntou se eu estava ansiosa para o jogo do Brasil e falei que sim. E ele falou: ‘Estou num local que tem muitos brasileiros, todos ansiosos’ e eis que veio um: ‘Vem pra cá (Rússia), você fica no meu hotel’. Eu respondi: ‘Não, obrigada’ e ele veio com: ‘Você é uma gracinha…’. Na mesma hora, bloqueei ele e tive uma crise de choro por me sentir tão vulnerável.
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Por mais que o convite tenha sido ‘na brincadeira’, sei que se tivesse dado corda, a conversa se estenderia mais e mais. Dá medo, muito medo, porque é alguém que infelizmente posso encontrar a qualquer momento e eu nem sei como vou reagir”. – 23 anos, apresentadora em um canal de esporte.
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9. “‘Mas vocês não têm a vivência do esporte como homens”.
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10. “O que você está fazendo aqui que não está em casa cozinhando?”
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11. “Fui entrevistar a menina para ser minha secretária e tive que chamar a RH junto, senão eu estuprava”.
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