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Veja publicação original: Quer empreender? Essa economista te explica como e em qual área fazer isso
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Por Letícia Rós
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A economista Itali Pedroni Collini, 28, é co-criadora de duas iniciativas sociais: o Genera, Núcleo de Pesquisa de Gênero e Raça da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP; e a Incluser, que discute diversidade no mercado de trabalho. Também é ex profissional do mercado financeiro. Itali defende a independência financeira da mulher e é grande incentivadora do empreendedorismo feminino.
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A seguir, ela dá algumas dicas para quem está querendo investir num negócio próprio.
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Para a mulher empreender ela precisa estar confortável em assumir as rédeas das próprias finanças, mas historicamente foram os homens que cuidaram do dinheiro da família. Como virar essa chave?
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Não partindo do pressuposto que homens sabem mais do que mulheres sobre dinheiro. Isso não é verdade. Se acontecer de um homem saber mais do que você, peça para ele te ensinar, para você aprender também. Muitas vezes, delegamos a função de cuidar o dinheiro para os homens para não ter que lidar com algo novo. Mas quando nos apoderamos da gestão financeira adquirimos confiança.
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Quais são as perguntas que precisamos nos fazer antes de decidir empreender?
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Qual o problema que você resolve para o cliente com a ideia que você tem? Quanto você precisa para ter um produto mínimo viável [a versão mais simples de um produto, mas com as mínimas características necessárias para ele ser inserido no mercado]? Você conseguiria fazer testes disso, chegar para algumas pessoas desconhecidas e oferecer o produto e ver a reação delas? É importante validar a ideia perguntando para as pessoas se comprariam ou não aquele produto. E caso não comprem, por quê? Sabendo qual o seu mercado, você começa a mapear clientes.
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Dá para falar mais sobre o produto mínimo viável?
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É o que você precisa desenvolver primeiro, antes de achar investimento, é o que vai te ajudar a entender o quanto seu projeto custa. Quando está apenas no mundo das ideias não tem como saber se aquilo pode ir para frente, se vai ter sucesso ou se ainda precisa de ajuste. É com o produto mínimo viável que se mapeia o desafio. É muito raro investidores apostarem em uma ideia sem PMV, difícil até encontrar aceleradoras.
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Networking é realmente importante?
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O networking é valioso para quem está empreendendo. Ela precisa visualizar com qual grupo de pessoas ela quer ser conectar. Vale entrar em contato com organizações, associações a que podem se filiar ou redes de mulheres empreendedoras. Até mesmo encontrar pessoas da mesma área e marcar um café ou combinar de irem juntas a um evento do setor.
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É normal sentir medo de dar esse passo?
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Normal. Para quebrar a insegurança, sempre recomendo conversar com outras mulheres sobre sua ideias. Vira e mexe vemos homens conversando sobre negócios, mas nós fazemos menos isso, e é muito importante dividir nossas ideias. Há vários canais e grupos on-line que falam sobre finanças femininas. A internet facilitou essa conversa. Muitas mulheres decidem empreender depois de ter filhos, parece que a maternidade dá esse empurrão que faltava.
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É porque elas sentem que mercado não é tão receptivo para as mães. Mas empreender está longe de ser um mundo cor de rosa, porque não dá receita fixa. Mas já existem aceleradoras de empreendedorismo materno, como a B2Mamy. Ainda falando de possibilidade que a internet oferece para se conectar com outras empreendedoras, tem também a Rede Mulher Empreendedora (RME), um espaço de compartilhar experiências e obter apoio.
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Ter uma rede de apoio é importante por quê?
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Porque você vai precisar de apoio durante todo o processo de empreender. Se não tiver companheiro ou companheira, buscar uma rede de apoio em amigos e família. Se tiver alguém com quem divide a vida, que ele possa entender quais são seus sonhos e respeitar as suas escolhas. Se ele não apoiar, é preciso se questionar se está num relacionamento que te faz bem. Precisamos ter com quem contar.
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Quais as áreas você acredita existir mais carência de inovação?
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Vou falar uma área que mais precisa de mulheres empreendedoras: a área de tecnologia. As empresas que estão no mercado são predominantemente formadas por profissionais homens. As mulheres nesta área estão começando a aparecer agora, ainda há um longo caminho. Mas já dá para dizer que o campo de tecnologia está buscando por mulheres profissionais.
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Se a mulher está em transição de carreira, deixando de ser contratada para empreender, como ela se prepara financeira para essa mudança?
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É ideal que ela tenha uma reserva financeira. Empreendedores que pararam de trabalhar para abrir o próprio negócio geralmente têm de um a dois anos de salários guardados, para que os sustentem até atingirem o break-even, que é o equilíbrio financeiro, quando a receita é suficiente para cobrir os custos. O ideal é que a empreendedora não invista todo dinheiro que tem de uma vez, que ela vá aos poucos.
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E se a pessoa empreende por necessidade, como aconteceu com muitos brasileiros nos últimos anos, que não conseguiram emprego e decidiram abrir sua própria empresa?
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Quem consegue fazer reserva são os empreendedores por oportunidade, mas existem os empreendedores por necessidade. No caso deles, sem reserva financeira, eles acabam tirando o dinheiro para o sustento logo das primeiras vendas. Mas não é o comportamento ideal, o mais recomendável no início é reinvestir o dinheiro que entra no próprio negócio.
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E se não der certo empreender?
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Se não der certo, precisa entender porque não deu certo. Era um bom modelo de negócio? Dá para manter a ideia e pensar em outro modelo de negócio? Faltou fazer testes? Tudo isso precisa ser entendido para saber se tem como investir na mesma ideia ou é necessário começar outra do zero.
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