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O corpo no pós-parto não é o mais o mesmo e tudo bem: você também não é

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Veja publicação original: O corpo no pós-parto não é o mais o mesmo e tudo bem: você também não é

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Por Chloé Pinheiro

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Entenda como as transformações trazidas pela gravidez podem impactar a forma como as mulheres se veem no espelho e veja como recuperar a autoestima.

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Levante a mão quem nunca viu uma manchete falando como tal famosa perdeu dezenas de quilos poucas semanas depois de dar à luz. Para as mulheres que se tornaram mães, notícias como estas podem soar como cobrança. E não é para menos, afinal o corpo passa por muitas transformações durante a gravidez e depois dela.

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“Algumas mudanças são transitórias, como o peso, mas algumas são permanentes, como as cicatrizes e estrias”, lembra Mariana Bonsaver, psicóloga da maternidade Pro Matre Paulista, em São Paulo. Dependendo do contexto, ao invés de registrarem um período importante da vida, estas marcas podem virar foco de dor e insatisfação – e isso está longe de ser algo fútil, pois há um efeito negativo para mãe e bebê.

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“Se a mulher não está bem consigo mesma, como cuidará de outra pessoa?”, comenta Mariana. A longo prazo, os sentimentos ruins viram desgaste na relação entre mãe e filho, no vínculo afetivo ou até mesmo fazem estragos na saúde mental feminina. “Ela acha que não consegue retomar o corpo porque não é capaz e isso detona sua autoestima, traz angústia e sentimento de culpa”, aponta Camilla Estima, nutricionista comportamental com doutorado pela Universidade de São Paulo (USP).

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Para as especialistas, a principal maneira de reverter esse quadro é alterar a visão que se tem sobre as marcas da maternidade. “A mulher que ela era antes passou por uma transformação e isso se reflete no corpo, que deve ser um símbolo dessa mudança”, comenta Mariana.

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Mas também não dá para dizer isso e esperar que a mulher, do dia para a noite, goste do que vê no espelho. Afinal, os relatos na mídia ainda a pressionarão e tanto o parceiro quanto a família podem replicar este padrão ao exigir dela os mesmos feitos. E não são só as alterações físicas que impactam a autoestima.

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O autocuidado

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Nos primeiros meses, as coisas podem ficar corridas e sobra menos tempo para cuidar de si. O que é compreensível, mas o ideal é que a mulher vá, aos poucos, retomando as atividades que lhe dão prazer e a façam se sentir melhor consigo mesma. “Que seja tomar um banho demorado, sair sozinha, mas ela deve aos poucos retomar o olhar para si”, ensina a psicóloga da Pro Matre.

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E, se algo está incomodando, nada impede a dona do corpo de fazer algo a respeito. “Se uma cirurgia plástica ou outro procedimento estético for importante para ela, ela pode fazer”, aponta Mariana. A mulher só precisa ter cautela para não se tornar refém em busca de uma perfeição que não existe – e de um padrão de corpo que, muitas vezes, ela não tinha nem mesmo antes de engravidar. Por isso, antes de tomar uma decisão do tipo, a dica é avaliar a necessidade e os motivos por trás desse desejo.

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Em paz com a balança

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“As mulheres tentam repetir padrões que veem na mídia e isso é prejudicial”, afirma a nutricionista. Isso porque, sem uma equipe de profissionais disponíveis 24 horas por dia e muito tempo livre para dedicar à aparência, os resultados obviamente não serão os mesmos.

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E nem deveriam, pois essa perda de peso extrema nem sempre é saudável, especialmente se feita por conta própria. “Dietas radicais podem afetar a produção de leite e deixar a mulher mais cansada, irritada e sensível”, continua Camilla. Até mesmo porque o corpo, amamentando, sente ainda mais necessidade de calorias.

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Quando é hora de pedir ajuda

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O ideal é refletir sobre o assunto antes mesmo do filho nascer. “Ela deve saber que passará por cobranças e situações desafiadoras para que isso não gere ansiedade, o que também impacta a autoestima”, ressalta Camilla.

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Mesmo assim há a possibilidade do bebê chegar e a autoimagem negativa tomar conta de vez dos pensamentos. “Deixar de sentir prazer nas coisas que gostava, evitar se olhar no espelho ou ter relações com o parceiro e não querer sair de casa são sinais de que é hora de procurar auxílio”, aponta Mariana. Se for o seu caso, não hesite em fazer isso..

 

E, por último, não se sinta culpada por não se enquadrar em determinado padrão estético. Você pode até não gostar ou aceitar uma marca ou outra no seu corpo, mas o importante é aprender a valorizar a força que ele teve para trazer seu bebê bebê ao mundo. Tomar consciência disso e refletir sobre o tema é o primeiro passo para descobrir estratégias de resgate do amor próprio – que, aliás, é possível! “Ao investir mais tempo em si, é mais fácil se encontrar melhor no meio desta mudança toda”, aconselha a psicóloga.

 

 

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