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Veja publicação original: Cannes 2018: atrizes e cineastas denunciam desigualdades no cinema
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Nada de homens neste sábado, 12, no tapete vermelho em Cannes.
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Oitenta e duas atrizes, cineastas e produtoras, como Jane Fonda, Claudia Cardinale e Marion Cotillard, vão ocupar as escadarias do Palácio dos Festivais por volta de 13h, no horário de Brasília, para denunciar desigualdades na sétima arte. Esse número foi escolhido porque, desde sua primeira edição, o Festival de Cannes convidou 82 diretoras para apresentar seus filmes em competição.
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No meio das escadarias, elas farão uma parada, em silêncio, “simbolizando como nem todas as etapas da ascensão social e profissional são acessíveis às mulheres”, indica um comunicado do grupo 50/50 para 2020 e da Fundação Time’s Up, criada para ajudar as vítimas de assédio sexual após o caso Weinstein.
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Na sequência, a presidente do júri, a australiana Cate Blanchett, fará a leitura de uma declaração ao lado da cineasta francesa Agnès Varda, uma das raras diretoras da Nouvelle Vague. No júri, a diretora Ava DuVernay e Cate Blanchett fazem parte da Time’s Up.
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Durante anos, Weinstein frequentou o Festival de Cannes como um produtor todo poderoso. Até ser desmascarado por uma centena de estrelas e atrizes mais jovens que o acusaram de estupro e assédio sexual.
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Para mostrar que não ignora essa situação, os organizadores do Festival distribuem este ano um folheto lembrando as penas previstas para delitos e crimes sexuais. O folheto traz um número de telefone útil para denúncias e um slogan: “comportamento correto exigido”.
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Compromissos concretos
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O Festival também enviou um sinal forte ao escolher um júri predominantemente feminino, mas foi mais tímido em questões de assédio ou discriminação, dois tópicos que não foram discutidos na cerimônia de abertura. Hostil a qualquer discriminação positiva, a organização foi criticada por escolher apenas três mulheres em competição.
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Na noite deste sábado, será exibida a primeira produção feminina na disputa pela Palma de Ouro, o filme “As Filhas do Sol” da francesa Eva Husson, sobre um batalhão de combatentes curdas comandado pela Sargento Bahar (Golshifteh Farahani). O segundo filme em competição é “Três Faces”, do iraniano Jafar Panahi, impedido de comparecer na mostra pelo governo de seu país.
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Este dia “100% feminino” será seguido por uma série de debates e compromissos concretos até segunda-feira. No domingo, a ministra francesa da Cultura, Françoise Nyssen, apresentará, com sua colega sueca, Alice Bah Kuhnke, um projeto para apoiar financeiramente jovens diretoras em todo o mundo.
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Na segunda-feira, uma carta para promover a diversidade e a paridade em festivais de cinema será assinada pelos três responsáveis pela seleção em Cannes, Thierry Frémaux, Edouard Waintrop e Charles Tesson.
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Com informações da AFP
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