Saiu no site UNIVERSA:
Veja publicação original: Empreendedoras que quebraram contam o que aprenderam para enriquecer depois
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por Letícia Rós
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Empreender envolve riscos e a falta de experiência pode levar muitas empresas a fecharem as portas logo nos primeiros anos. Foi o que aconteceu com essas mulheres que conversaram com Universa. Mas elas não desistiram e hoje lideram negócios bem-sucedidos.
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Jane Muniz, 37, fundadora do Grupo Beauty, uma junção de sete marcas, incluindo o Spa das Sobrancelhas, com mais de 400 franquias vendidas.
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Aprendizado ao quebrar: “Em sociedade temos que saber quando ser flexíveis e ceder e quando nos manter firmes na própria opinião”
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“Eu e meu marido e sócio, Marko Porto, já tínhamos um salão de cabeleireiro, quando ele encontrou um excelente negócio. Era um segundo salão de beleza que já estava inteiro montado, precisávamos apenas entrar e administrar.
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Eu não estava segura da compra, porque dividiria nossas energias, o primeiro salão estava fazendo muito sucesso. Porém, em sociedade temos que saber quando ser flexíveis e ceder e quando nos manter firmes na própria opinião. Eu optei pela primeira opção e topei abrir o segundo salão de beleza. Um ano depois, falimos.
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A empresa cresceu muito, subiu muito, mas quando caiu, a queda foi grande. Estávamos despreparados, não fizemos um plano de negócios para termos como base, para entendermos a viabilidade do novo negócio e os nossos desafios.
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Depois disso, focamos em aprender. Só então, decidimos tentar novamente no primeiro salão, onde tudo começou. Passamos a tomar decisões juntos, com o total apoio um do outro. O reinício foi muito difícil, porque eu tinha dívidas em muitas frentes. Mas chamei cada fornecedor para negociar, para parcelar o que devia. Em seguida me estruturei para retomar o crescimento. Estabeleci novamente as parcerias e montei a equipe.
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Programei um crescimento do salão e de colaboradores estruturado ao tamanho da empresa e de acordo com nosso crescimento financeiro. Conseguimos nos mudar para um espaço maior, de região um pouco mais nobre. Em paralelo ao nosso crescimento, um serviço começou a se destacar em nosso salão, o design de sobrancelhas. Muitos salões davam de ‘brinde’ as sobrancelhas, porém sem técnica, apenas tirando o excesso de pelos. Decidimos nos especializar no serviço e desenvolvemos o Método Jane Muniz de Embelezamento do Olhar e Visagismo Facial, que deu início ao Grupo Beauty.”
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Maria Carolina Dassie Afonso, 34, fundadora e CEO da Hisnëk, clube de assinaturas de snacks saudáveis, criado em 2014
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Aprendizado ao quebrar: “Não gaste tempo demais planejando no papel, teste o negócio na prática”
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“Eu era sócia de um e-commerce de refeições ultracongeladas, que conservam os nutrientes dos alimentos, mas a empresa fechou depois de 6 meses de existência. Isso porque gastei um ano fazendo o estudo de mercado e desenhando hipóteses antes de empreender.
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Fechamos por superestimar a demanda dos produtos. Foi muito tempo planejando no papel em vez de testar, efetivamente, o negócio rodando, verificando para qual lado ele deveria ir e o tamanho certo da operação. Abrimos um modelo de operação muito grande que gerou custos fixos muito altos.
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Quando a empresa de congelados fechou, eu estava de licença-maternidade e tinha só um mês para decidir se voltaria para o mercado. Eu queria empreender, queria fazer diferença na vida das pessoas, levar um produto inovador. Então, nesse um mês eu decidi abrir a Hisnëk. Pesquisei um modelo de negócios que tivesse um custo fixo baixo, já que eu não tinha mais recursos para investir. Também precisava apostar em um modelo que gerasse receita recorrente, porque percebi como era difícil levar o consumidor à recompra dos produtos.
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Fiz um breve estudo de mercado, compreendi como esse público se comportava, analisei as deficiências dos meus concorrentes e me planejei para não cometer os mesmos erros. Comecei a rodar a Hisnëk dentro da minha própria casa. Às vezes, o que achamos que o que o consumidor quer, na verdade, não é o que ele precisa. Quando você tem uma ideia, um produto, você tem de lançar rápido e, então, ir ajustando o negócio.
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Perfeccionismo absurdo só gasta tempo, elimina a etapa de testes e a gente pode acabar lançando algo que as pessoas não querem. No meu primeiro negócio, buscamos um produto superperfeito para nós, não para o consumidor.”
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Tatiana Pezoa, 44, CEO e fundadora da Trustvox, plataforma de certificadora de reviews, que atende mil e quinhentas operações de varejo no Brasil
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Aprendizado após quebrar: “Não adianta criar algo baseado só no que você acredita, você não é seu cliente”
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“Já fali duas empresas. Sou formada em publicidade, mas não trabalhei em agências, logo investi num negócio meu. Em 2008, abri uma produtora de campanhas para mídias sociais. A empresa ia bem, nos tornamos a segunda maior do segmento em Campinas (SP), mas quando criamos um produto, para expandir os serviços, não deu certo.
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Investi em um sistema, que eu achei que venderia fácil, mas descobri que aquela era uma necessidade nossa e não dos clientes. Foi mortal para o negócio. Em 2010, então, eu e meu sócio criamos uma plataforma para responder perguntas feitas na internet. O produto era bom, mas o timing errado. Mais uma falência.
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Depois disso, eu tinha duas opções: voltar para o mercado de trabalho, para o qual eu não tinha experiência, ou tentar empreender de novo. Comecei a buscar informações sobre inteligência artificial e caí numa pesquisa que falavam que uma parcela dos americanos usava a Amazon para pesquisa de compra e não o Google. E era por causa do review, a opinião das pessoas sobre os produtos fazia vender mais.
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Aí nasceu o Trustvox, que capta as opiniões e experiências dos clientes após realizarem uma compra em e-commerce e publica na página do produto, para ajudar outros clientes a decidirem a compra. Já são quatro anos de negócio. Eu sempre quis fazer alguma coisa que as pessoas falassem que as ajudou de alguma forma, nunca quis sucesso, mas melhorar a vida dos clientes. Nesse terceiro negócio, eu ouvi muito mais do que decidi, ouvi os lojistas e consumidores.
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Não adianta criar algo baseado só no que você acredita, você não é seu cliente. No passado, quanto mais eu insistia em ouvir a mim, menos entendia o que o meu público compraria ou não compraria.”
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