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Veja publicação original: Escândalo de assédio atinge TV pública alemã
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A emissora alemã Westdeutscher Rundfunk (WDR), que faz parte do conglomerado estatal da ARD, está imersa num escândalo de assédio sexual.
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Segundo relatos da imprensa alemã, a emissora já tinha há tempos conhecimento de incidentes e nada fez. Conforme o escândalo avança, cada vez mais mulheres denunciam também terem sido vítimas de abuso sexual dentro da WDR.
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Os casos de assédio sexual na emissora se tornaram públicos por meio de divulgações da revista alemã Stern e do centro de pesquisa jornalística Correctiv, no início de abril.
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Entre os acusados estavam um jornalista do alto escalão da emissora, um funcionário de uma subsidiária da WDR e um ex-correspondente internacional do conglomerado – este último foi dispensado.
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Na sequência das investigações, a revista Der Spiegel relatou em sua mais recente edição alegações de assédio sexual contra outros três funcionários da WDR: um proeminente jornalista já aposentado de televisão, um repórter de rádio que possui um histórico de assédios e inconveniências, além de um funcionário do departamento de auditoria da WDR.
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Segundo publicação do tabloide alemão Bild desta segunda-feira (30/04), a direção da emissora tinha há anos conhecimento das acusações, mas não tomou precauções. O tabloide inclusive divulgou que o diretor-executivo da WDR, Tom Buhrow, dispensou um segundo funcionário “do alto escalão”. A WDR confirmou a informação, mas negou dar esclarecimento sobre as acusações concretas e a identidade do homem.
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O Bild explicou que a direção da WDR tinha conhecimento de casos de assédio sexual o mais tardar desde 2010. Depois que o conselho de funcionários (Personalrat, em alemão) questionou algumas funcionárias, a então diretora de televisão Verena Kulenkampff foi informada por escrito que “houve e ainda há incidentes que podem ser avaliados como assédio sexual em local de trabalho” e que as colegas de trabalho em questão estavam “extremamente envergonhadas e com medo”.
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Na mesma matéria, o Bild relatou sobre duas mulheres que o ex-correspondente supostamente molestou na década de 1990. Uma das mulheres, na época uma estagiária de 25 anos de idade, descreveu uma das experiências:
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“Depois de uma reunião tardia, sentamos juntos com colegas e tomamos umas cervejas. Ele agarrou minhas coxas e disse que poderia decidir se eu poderia moderar a transmissão do dia seguinte. Quando ele se tornou mais e mais intrusivo e eu empurrei sua mão, ele respondeu: ‘Eu também posso decidir se você estará demitida amanhã’.”
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Poucas semanas depois, o correspondente teria tocado a campainha de sua casa num fim de semana e perguntado se poderia tomar um café. “Quando voltei para a sala com a xícara de café, ele estava deitado no meu sofá apenas com uma camiseta branca e me mostrava sua ereção”, disse a mulher ao Bild. Só depois de três pedidos, ele finalmente deixou o apartamento.
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Quando ela e uma colega – que também teria sido molestada – queixaram-se ao superior do correspondente, elas simplesmente receberam a resposta de que deveriam “descansar e não fazer um alarde disso”.
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Investigação independente
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O caso ganhou notoriedade quando uma ex-estagiária reportou no ano passado à emissora que o citado correspondente a convidou para seu quarto de hotel, durante uma viagem de trabalho em 2012, e lhe mostrou um filme pornográfico.
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Na semana passada, o diretor-executivo Buhrow nomeou a ex-comissária da União Europeia (UE) Monika Wulf-Mathies como investigadora especial. A ex-presidente do sindicato ÖTV e membro do Partido Social-Democrata (SPD) recebeu “acesso irrestrito a todas as informações, processos e interlocutores” para sua investigação independente, comunicou a WDR.
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Além disso, a emissora contratou um escritório de advocacia para lidar com indícios e alegações de possíveis outros casos de assédio sexual. Depois dos relatos da revista Stern e do centro de pesquisa Correctiv, mais e mais funcionárias da WDR relataram casos de agressões sexuais dentro da emissora.
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