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De deficientes visuais a mulheres com mais de 50 anos: conheça a diversidade das modelos da SPFW

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original: De deficientes visuais a mulheres com mais de 50 anos: conheça a diversidade das modelos da SPFW

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Foram muitas edições, 45 num total, mas hoje a SPFW pode se orgulhar do fato de ser um exemplo de semana de moda atenta a diversidade e, principalmente, a prezar pela igualdade e inclusão em seus castings.

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A UMA, por exemplo, comandada pela estilista Raquel Davidowicz, abriu a temporada com uma linda apresentação em ode a miscigenação brasileira. Na passarela, modelos de inúmeras etnias em um cenário que não poderia ser mais adequado, o Museu da Imigração, em São Paulo. “Fiz questão de montar um mural com a foto de cada menina e a sua origem, pois não existe ninguém 100% brasileiro”, conta a estilista. Fernanda Yamamoto também voltou a atenção de seu desfile para seleção do casting e mesclou com as veteranas sete agricultoras da comunidade Yuba, localizada no interior de São Paulo. Uma delas, era Clara Yumiko, a mais velha do evento, que fez sua feliz estreia na passarela aos 59 anos de idade e contou que o que eu mais gostou da coleção foram as peças em tons e tingimentos naturais, que a lembraram a vegetação da comunidade.

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Clara Yumiko, de 59 anos, fez sua estreia na passarela de Fernanda Yamamoto (Foto: Thibé)
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New faces: Histórias de superação e de esperança permeiam a vida da geração das novas modelos, que chega com força para mudar conceitos e quebrar paradigmas. Aos 19 anos, a sergipana Mika Santos comemora sua terceira edição no SPFW e já contabiliza semanas internacionais, em Nova York e Milão, tudo isso com apenas 20% da visão. “Eu nunca gostei de falar para as pessoas sobre a minha deficiência, pois nunca quis ser julgada como frágil e nem ser vista por outras pessoas de uma maneira errada. Eu tenho as minhas limitações, mas sempre dei meu jeito para continuar trabalhando”, diz ela. O sonho de Mika é que sua determinação sirva de exemplo para outras meninas e diz que “nunca vou perder a esperança de ver um mundo inclusivo, pois nós estamos aqui para fazer a diferença”.

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Mika Santos no backstage do SPFW 45 (Foto: Thibé)

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Maria Oliveira também é cheia de sonhos, inclusive, o de cursar medicina. A menina de 20 anos, negra,  trabalhava como empregada doméstica antes de entrar no mundo da moda. “Eu nunca acreditei no meu potencial e nunca pensei que um dia as portas iriam se abrir para mim. Até que fiz um teste, muito desacreditada, e passei. Foi o apoio de amigos e da minha família que me fez seguir em frente”, lembra ela. Maria, é mais uma das meninas que veem o mercado mais justo e se sente feliz em saber que, não apenas os negros, mas as outras minorias estão sendo reconhecidas. Esse é o caso de Marcela Thomé, trans de 21 anos, nascida em Andradina, interior de São Paulo. A jovem diz que o preconceito existe, sim, mas que as pessoas estão com mais receio em expressá-lo. “Eu espero, de verdade, quebrar todo esse preconceito, não só para para as pessoas transsexuais, mas para os negros, gays e os outros tipos de belezas mais exóticas. Aos poucos vamos conquistando o nosso lugar”, expressa Marcela.

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Marcela Thomé se preparando para o desfile do TOP 5, no SPFW  (Foto: Thibé)

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Há 20 anos no mercado, Dando Baumgartner, diretor da agência Way Models, uma das mais respeitadas do mercado, busca diversidade para para a sua equipe. Ele acredita que, com as redes sociais, o mercado pede rostos e corpos mais reais e próximos das consumidoras finais. Hoje, a vontade de ter belezas diversas em uma campanha ou na passarela, partem das próprias marcas, mas essa é uma nova realidade, inclusive, para ele. Dando lembra que “tiveram vezes que entravam meninas para a Way que só eu acreditava. O resto do time não achavam que elas tinham o perfil, pois a moda exigia um padrão. Mas eu provei para mim mesmo e para todo mundo que essas meninas podem, sim, conquistar seus lugares e isso ainda surpreende muita gente.” A ponta do iceberg está começando a derreter, mas ainda temos muito trabalho pela frente. E não se esqueçam que a beleza não tem regras e que a moda é, sim, para todos!

 

 

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