Saiu no site ONU BRASIL:
Veja publicação original: Viúvas refugiadas rohingya lutam para cuidar de suas famílias em Bangladesh
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Em uma cabana coberta de plástico perto de um esgoto a céu aberto, a viúva refugiada rohingya Sufia Khatun está fazendo o possível para cuidar da família. Seu marido, Nur Mohammad, foi morto quando, em agosto do ano passado, investigava a origem de uma fumaça ao redor de sua aldeia em Mianmar. Depois de ser forçada a fugir para Bangladesh, ela agora tem que cuidar de cinco filhos e um neto sozinha.
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Desde agosto de 2017, mais de 687 mil refugiados chegaram em Bangladesh após serem forçados a fugir de Mianmar. Sufia, de 48 anos, está entre as 31 mil mulheres refugiadas que agora são chefes de família, muitas delas viúvas cujos maridos foram mortos ou estão desaparecidos. O relato é da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
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Em uma cabana coberta de plástico perto de um esgoto a céu aberto, a viúva refugiada rohingya Sufia Khatun está fazendo o possível para cuidar da família. Seu marido, Nur Mohammad, foi morto quando, em agosto do ano passado, investigava a origem de uma fumaça ao redor de sua aldeia em Mianmar. Depois de ser forçada a fugir para Bangladesh, ela agora tem que cuidar de cinco filhos e um neto sozinha.
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“O principal desafio é a comida. O que recebemos todo mês não é suficiente para atender nossas necessidades e temos que pegar emprestado 10 quilos de arroz de nossos vizinhos”, diz, agachada no chão da cabana, com seu neto Mohammad Hossen, de 3 anos, no colo.
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Desde agosto de 2017, mais de 687 mil refugiados chegaram em Bangladesh após serem forçados a fugir de Mianmar. Sufia, de 48 anos, está entre as 31 mil mulheres refugiadas que agora são chefes de família, muitas delas viúvas cujos maridos foram mortos ou estão desaparecidos.
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Elas enfrentam enormes desafios quando tentam recomeçar suas vidas na cidade repleta de abrigos de bambu que é, atualmente, o maior assentamento de refugiados do mundo.
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Khatemunnesa, de 40 anos, é mãe de oito crianças e vive em uma barraca de bambu e plástico. Seu marido, Rahmat Ullah, de 50 anos, foi morto quando atearam fogo em sua aldeia natal seis meses atrás.
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Ela se preocupa com a ameaçadora estação de chuvas e sobre como vai preparar sua frágil casa para as tempestades sem a ajuda de Rahmat ou do genro, que ela viu ser atacado em sua própria casa.
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“Fortalecer o abrigo é algo que meu marido teria feito. Agora, com a chegada das tempestades, tenho que fazer isso sozinha”, conta.
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Outras mulheres têm preocupações diferentes. Rehena Begum, de 45, diz que precisa de lenha para cozinhar, mas teme mandar as filhas adolescentes para buscar o combustível, cada vez mais escasso, no matagal perto do assentamento.
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“Elas já são mulheres e eu tenho medo de mandá-las lá fora”, diz ela sobre as meninas de 17 e 18 anos. “Elas já estavam aterrorizadas com a violência em Mianmar. Testemunharam assédios”, completa, fazendo alusão a casos de estupro e agressão sexual. “Temo por elas caso precisarem sair”.
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No vasto assentamento, que tem uma população maior do que a terceira maior cidade da França, Lyon, a diferença entre sobreviver e alcançar a estabilidade para retomar a vida está continuamente em jogo.
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Em busca de equilíbrio, o governo de Bangladesh, apoiado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros, está trabalhando para garantir a assistência necessária a viúvas como Sufia, Khatemunnesa e Rehena. O objetivo é restaurar a autoconfiança dessas mulheres que se dissipa junto com suas casas, entes queridos e vidas perdidas em Mianmar.
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“É muito importante dar às mulheres refugiadas, particularmente as viúvas e mães solteiras, a força que tinham antes para lidar e administrar uma família”, afirma Shirin Aktar, coordenador de proteção do ACNUR.
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“Temos que empoderá-las, garantir que aprendam um ofício, para que possam restaurar a confiança e dignidade e seguir adiante, porque não estaremos lá para dar apoio para sempre.”
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Estima-se que cerca de 16% das famílias de refugiados de rohingya que estão em Bangladesh sejam chefiadas por mães solteiras.
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O governo do Bangladesh, o ACNUR e outros parceiros estão fornecendo assistência, incluindo abrigos mais seguros, cuidados médicos, aconselhamento e acesso a espaços para crianças e mulheres. Oficinas de treinamento são fornecidas para ajudar as mulheres a desenvolver habilidades e ganhar renda com costura e fabricação de sabão ou creme dental.
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Voluntários refugiados estão se disponibilizando para transportar sacolas e caixas para aqueles que têm dificuldade de carregar kits de ajuda pesados ou precisam de auxílio para mudar para o campo. Os voluntários também auxiliam viúvas e outras pessoas que precisam de ajuda para reformar seus abrigos com bambu e lonas a fim de suportar a estação das monções.
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Depois de um voluntário ter encaminhado Khatemunnesa a um ponto de informação onde ela conversou com o ACNUR e com a equipe da Technical Assistance Inc, ela conta que ouviu falar sobre capacitação pela primeira vez, e que gostaria de aprender a costurar.
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Sufia também teve a chance de conversar com a equipe do ACNUR sobre suas preocupações e aprendeu mais a respeito dos treinamentos sobre meios de subsistência. “Eu me sinto melhor depois de explicar a minha situação”, diz. “Quando você ganha seu próprio dinheiro, pode levar a vida que quer”, completa.
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De volta ao abrigo, que ela deixou mais aconchegante com uma cortina de flores e tapetes, Sufia enfatiza as esperanças que tem para seu neto Mohammad Hossen. Ela quer que o garoto estude bastante “para que possa prosperar”. Pouco a pouco, ela começa a sorrir.
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“Tenho que ser positiva porque, se me preocupar muito, a morte bate na minha porta”, conta. “Devemos ter esperanças. É vital”.
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