Saiu no site FOLHA:
Veja publicação original: Nova geração de mulheres está tomando as rédeas de suas vidas
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Por Iza Dezon
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Analista de tendências reflete sobre relação de moda e feminismo
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Aos 12 anos, uma professora me pediu para escrever sobre o assunto do início do século 20 que mais me interessava. Escrevendo sobre a vitória das sufragistas, nos EUA e na Inglaterra, em 1920 e em 1928, me descobri feminista.
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Antes de mergulharmos de cabeça neste papo, é importante esclarecer que feminismo significa “a teoria política, econômica e social da equidade dos sexos” de acordo com o dicionário Merriam Webster.
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Uma das questões complicadas hoje é que as mídias e as marcas se apropriam do feminismo de tal forma que o tema começa a soar repetitivo.
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Raramente encaram o assunto de forma analítica. Não é dada a devida profundidade e seriedade ao assunto para que possamos imaginar um futuro melhor para todos. Assim, a causa se torna banal.
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Como pesquisadora de tendências, meu trabalho é estar atenta. Foi graças a isso que, em 2013, descobri a escritora Chimamanda Adichie. Foi como se um véu caísse, revelando aquilo que sempre acreditei: devemos ser feministas para criar um futuro melhor.
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Adichie se refere ao que eu chamo de feminismo feminino. Logo, ele não existe em forma de um combate ou inveja do masculino, mas como seu real complemento.
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A (r)evolução de identidade que vivemos promove a pluralidade e transcende códigos e normas previamente estabelecidos (ou inventados), em prol da autorrealização.
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Mas ninguém mais aguenta a palavra empoderamento! Por isso, falo do pluri-empoderamento.
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Explicando brevemente: entre os maiores desafios das mulheres está a impossibilidade de se enquadrar no modelo da “supermulher” que consegue ser tudo: inteligente, bem-sucedida, independente, sexy, boa mãe, dona de casa competente, parceira companheira, amiga querida, festeira e sempre impecável. Socorro!
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Graças às deusas, uma nova geração de mulheres, que não se enxerga mais como minoria vulnerável, está tomando as rédeas de sua própria vida. O verdadeiro significado de poder mora na escolha.
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A pluralidade está no fato de que a mulher empoderada é aquela livre para tomar suas próprias decisões, um direito que deveria ser universal.
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A manifestação de uma feminilidade que questiona os clichês sociais vem se tornando uma nova inspiração. Rejeitando estigmas, o Feminismo 4G busca definir seu destino, reivindicar liberdade e usufruir do poder feminino.
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No encontro entre poder e pluralidade, as causas individuais tornam-se coletivas, diante das ameaças aos direitos das mulheres. É importante proteger a dignidade de cada uma, livres dos estereótipos, com uma visão panorâmica do significado de identidade.
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