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Veja publicação original: Mercury 13 | Documentário conta história de mulheres que lutaram por um lugar nas estrelas
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A Netflix divulgou o primeiro trailer e cartaz de seu documentário Mercury 13nessa última segunda (10). O filme se passa na mesma época de Estrelas Além do Tempo — vencedor de alguns Oscars em 2017 –, mas conta uma história bem diferente e sem o final feliz do longa com Octavia Spencer.
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Ambos os filmes são situados em 1961: o filme dramatizado mostrou a história de grandes mulheres que eram “calculadoras humanas” e levaram o homem para o espaço com sua inteligência e habilidades eximias em matemática e engenharia. A contribuição das três mulheres foi vital para o sucesso da expedição Mercury 13, mas poucas vezes na história elas receberam o devido crédito por isso..
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Já o documentário a ser lançado 20 de abril na Netflix pretende mostrar um outro lado ainda mais denso do preconceito contra a mulher na NASA dos anos 60. O documentário nos apresentará 13 mulheres que foram esnobadas no teste para decidir quais astronautas iriam ao espaço. Os testes mostravam que essas mulheres eram tão habilidosas quanto todas as suas contrapartes masculinas — algumas até se saíram melhor nas provas –, mas todas tem algo em comum: elas são mulheres e por isso foram desclassificadas do processo seletivo.
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No teste feito em 1961, no Novo México, os homens da tripulação Mercury tiveram uma taxa de sucesso de 56%, enquanto as mulheres obtiveram uma aprovação mais alta de 68%. Na época também já era sabido que, por serem mais leves e menores, as mulheres utilizariam de menos recursos para ir até o espaço sideral.
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Vale lembrar que isso aconteceu antes da Lei dos Direitos Civis de 1964, então o preconceito e a discriminação contra gênero, etnia, religião e sexualidade eram altamente difundidos e não era legislado como crime.
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Se nós vamos mandar um ser humano pro espaço devemos mandar o mais qualificado. (…) Eu queria ter pisado na lua. Eu poderia ter andado lá, eu poderia ter feito tudo, porque eu sei que foi isso que os caras fizeram lá. Eu podia fazer qualquer coisa que eles fizeram.
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As astronautas, então, tiveram que assistir os homens da Mercury 7 receber todo carinho e glória de ir nessa expedição. O projeto que selecionou os astronautas da NASA era chamado “Homens no Espaço” e selecionou 7 homens, todos militares, para serem os primeiros a deixarem o planeta Terra. Estas 13 mulheres sonharam e lutaram para ter seus lugares nas estrelas, mas foram impossibilitadas por não ser do “gênero correto.”
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A primeira mulher astronauta foi Sally Ride e ela só chegou às estrelas em 1983, mais de duas décadas após os eventos da Mercury 13. Durante os anos que separaram estes dois acontecimentos, a NASA deu diversas razões (ou desculpas) para mulheres não irem ao espaço. Entre os motivos estava principalmente o fato das mulheres não serem autorizadas a se filiarem ao exército e os astronautas deveriam ser, obrigatoriamente, pilotos militares. O ciclo menstrual e hormonal também foram citados como desqualificativos para mandar mulheres para o espaço.
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O documentário é dirigido por David Sington (O Medo do 13) e Heather Walsh e chega a Netflix no dia 20 de abril.
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