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Veja publicação original: E o Oscar vai para… elas! O que esperar da premiação
No ano em que denúncias de assédio chacoalharam Hollywood, as mulheres devem levar mais estatuetas
Dos 89 Oscar de melhor filme entregues ao longo da história, pouco mais de uma dezena foi para produções com protagonistas femininas – o mais recente foi Menina de Ouro, há 13 anos. O número de diretoras indicadas é menor ainda. Apenas quatro disputaram a estatueta desde 1929: Lina Wertmüller (1977),Jane Campion (1994), Sofia Coppola (2004) e Kathryn Bigelow, a única a ganhar, por Guerra ao Terror (2010). Por isso, foi bem-vinda a alfinetada de Natalie Portman ao anunciar os concorrentes ao Globo de Ouro de melhor direção em janeiro passado. “Aqui estão todos os homens indicados”, disse a atriz, antes de revelar Guillermo Del Toro como vencedor por A Forma da Água.
O ano passado foi marcado pelo trabalho de diretoras, o que deve levar a um número surpreendente de indicações e estatuetas para diretoras e atrizes. Entre as primeiras, as mais festejadas são as americanas Patty Jenkins (Mulher Maravilha), Greta Gerwig(Lady Bird), Dee Rees (Mudbound), Sofia Coppola (O Estranho que Amamos) e Kathryn Bigelow (Detroit em Rebelião). Entre as intérpretes, estão Frances McDormand (Três Anúncios para um Crime), Sareum Srey Moch (First They Killed My Father) e Sally Hawkins (A Forma da Água) – todas protagonistas das tramas.
Essas obras fizeram da temporada de premiações um momento especial. A celebração de mulheres começou em Cannes, em maio de 2017, quando Sofia Coppola levou a Palma de Ouro de melhor diretora por O Estranho que Amamos e Nicole Kidman, uma Palma especial pelo mesmo filme. Na sequência, vieram as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein, que culminaram nos movimentos #metoo e #timesup.
Na noite de 4 de março, as mulheres devem levar estatuetas pelo ótimo Três Anúncios para um Crime, saga de uma mãe para descobrir o assassino de sua filha; A Forma da Água, em que Sally vive a zeladora de um laboratório secreto que se encanta por uma criatura fantástica presa no local; e Lady Bird, sobre a relação entre uma adolescente (Saoirse Ronan) e sua mãe (Globo de Ouro de melhor comédia e de melhor atriz para Saoirse).
Se, em janeiro, no Globo de Outro elas deram o que falar ao vestir preto em protesto contra os abusos cometidos pelos homens em Hollywood e fora dele, o que será que estão preparando para a grande noite do cinema?
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