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#LeiaMulheres : Um ano lendo apenas escritoras

Saiu no site  REVISTA MARIE CLAIRE: 

 

Veja publicação original:    #LeiaMulheres : Um ano lendo apenas escritoras

 

Na coluna #DeRepentePerennial desta semana, Adriana Ferreira Silva lança um desafio: passar um ano inteiro lendo apenas mulheres. E você, quais escritoras leu recentemente?

 

Leila Slimani, Donna Leon, Lilia SchwarczMaria Valéria Rezende, Virginia Woolf… De repente, me dei conta de que, desde janeiro, só li obras escritas por mulheres. Não foi intencional. Em busca de pautas que possam render belas entrevistas ou para preencher “falhas” bibliográficas (caso de Maria Valéria ou Virginia Woolf), acabei me concentrando nas escritoras. Me dei conta disso no último fim de semana, quando li a última página do livro mais recente de Giovana Madalosso, Tudo Pode Ser Roubado(Todavia; 192 págs.; R$ 34,90) _que vai ganhar textinho nas próximas semanas.

E daí me deu um clique: me desafiar a ler apenas mulheres em 2018. Desafio porque eu leio tudo o que cai em minhas mãos _e tem uma pilha bem boa de autores homens na minha cabeceira esperando sua vez. Eles, aliás, sempre compuseram minha lista de “best sellers”. De Machado de Assis, que AMO, a Silviano Santiago, de quem li recentemente o incrível Stella Manhattan (Cia. das Letras; 288 págs.; R$ 54,90), os escritores sempre tiveram lugar privilegiado em minha estante.

 
Como inúmeras outras coisas _do machismo velado que vivi como repórter de um grande jornal aos machismos do dia a dia_, só atentei a isso nos últimos anos, quando o feminismo e os inúmeros questionamentos que o acompanham passaram a ser uma preocupação.

 
Como editora de cultura de Marie Claire, obviamente, estou atenta a tudo _até porque música e arte boa não tem sexo. Mas tento dedicar mais espaço às criadoras. Não deixarei de escrever sobre o novo disco do LCD Soundsystem, por exemplo, mas, para cada banda masculina, busco outra liderada por mulheres. No caso da música, esse movimento é bem natural. Patti Smith, Björk, Cat Power, Fiona Apple, Ibeyi, Xenia França, Rimas e Melodias, entre muitas outras da jovem e velha-guarda estão sempre no meu radar.

Mas na literatura tive de fazer um esforço por uma questão de formação: as mulheres chegaram tarde a minha estante. A primeira foi Clarice Lispector, depois chegou Virginia, mas tenho falhas graves e Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles, por exemplo, li pouco. Bem pouco.
Então, para sanar essas falhas e também para enfatizar a militância (por que não?), neste ano, só leio mulheres. Os homens que chegarem por aqui serão lidos por minhas colegas jornalistas (porque não deixaremos de publicar autores, obviamente) e, se por um motivo irremediável tiver de ler um homem, vou ter de compensar lendo duas outras mulheres em curtíssimo prazo. Desafio é desafio.
Toda semana, darei notícias por aqui sobre minhas aventuras com as autoras _e convido todas a sugerirem suas preferidas: temos um mundo a explorar!

 

 

 

 

 

 

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