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Veja publicação original: Ser mãe e trabalhar em casa são tarefas para as fortes; veja 5 histórias
Gabriela Guimarães
No início, só a ideia de não ter mais de enfrentar o trânsito caótico, ida e volta, já é uma tentação. Isso para não falar em outras vantagens, como almoçar em casa, acompanhar a rotina doméstica de perto e, em especial, dar mais atenção aos filhos. Tudo isso pesa na decisão de inaugurar o ateliê ou o home office.
Mas, na real, a vida de quem trabalha em casa pode não ser tão tranquila assim.
“Às vezes, tudo sai do controle”
“Trabalho em casa há dois anos e tenho uma filha de quatro. Para mim, a maior dificuldade é conciliar as tarefas, que são muitas. Costumo planejar todo o meu dia, mas o problema é que, às vezes, tudo sai do controle. É comum trabalhar até tarde da noite e acordar mais cedo no dia seguinte, para dar conta do que ficou sem ser feito. No início, foi mais complicado. Aos poucos, consegui me organizar melhor. Quando a criança é muito pequena, acho que o ideal é buscar ajuda, para poder se concentrar no trabalho. Agora, minha filha fica na escola meio período, tenho uma pessoa para a limpeza a cada 15 dias e o pai dá uma mãozinha nos fins de semana, saindo com ela para passear, enquanto aproveito para terminar minhas encomendas. Com algum apoio externo, tudo acaba se encaixando”.
Adriana De Marchi, 38, artesã.
“Desafio é trabalhar com a minha filha pendurada em mim”
“Trabalho em casa desde o primeiro ano da minha filha, que agora está com dois anos e dois meses. Também tenho gravação em estúdio um dia por semana. A maior dificuldade é manter o planejamento do dia, pois muitos imprevistos acontecem. Outro desafio é trabalhar com a minha filha pendurada em mim, querendo mexer em tudo. Às vezes, é impossível me concentrar. Como ela ainda não vai para a escola, fica o dia inteiro comigo. Para dar conta do recado, precisei adquirir novas habilidades, ser multifuncional. Meu marido, que é “
Clarissa Mayoral, 33, atriz, apresentadora e dona do canal Mamãe Sincera.
“Sento apenas para comer e olhe lá”
“Todo mundo fala que vida de mulher que trabalha em casa é mais fácil, mas não é nada disso. Uma amiga chegou a me dizer, quando falei que estava cansada, que era frescura minha, pois não saio para trabalhar fora. Só respondi que gostaria de vê-la dar conta de duas crianças, fazer almoço, aprontar as encomendas e ainda levá-las para os clientes, pois sou eu quem faz as entregas. O difícil é administrar o tempo, que me parece cada vez menor. É uma vida muito corrida. Sento apenas para comer e olhe lá! As tarefas de casa tomam bastante tempo e ainda tenho crianças que precisam de atenção. Fora que você acaba de arrumar um canto e, quando olha, tem uma bagunça em outro lugar. O serviço não acaba nunca. Há três anos, estou nessa vida.”
Franciele Cristina, 30, artesã.
“Acham que estou à disposição em tempo integral”
“Tenho a Cecília, de um ano, e a Lorena, de cinco. Trabalho em casa desde 2011. Até então, só tinha trabalhado fora. O maior desafio foi lidar com a administração da casa, cuidar da família, ter tempo para me dedicar ao trabalho e ainda manter a produtividade. No meu caso, as solicitações dos clientes chegam o dia todo, a toda hora. As pessoas acham que, pelo fato de eu trabalhar em casa, estou à disposição em tempo integral para atendê-las. Mas não é bem assim, porque tenho outras responsabilidades. Atualmente, tenho uma pessoa que me ajuda com a limpeza da casa, duas vezes por semana, e, em um momento crítico, quando a minha caçula ficou bastante doente, tive de lançar mão de uma babá. Hoje já aceito bem a ideia de que nem sempre preciso dar conta de tudo.”
Ana Paula Custódio Yoshida, 34, designer, trabalha com festas infantis personalizadas.
“O mais difícil é separar o horário de trabalhar e de cuidar das coisas pessoais”
“Trabalho em casa há dois anos e tenho uma filha de quatro. A gente pensa que trabalhar em casa é tranquilo por não precisar sair, pegar condução, enfrentar o trânsito, mas não é nada disso. O mais difícil é separar os horários de trabalhar e de cuidar das coisas pessoais. Muitas vezes, interrompo o trabalho para atender a um chamado da minha filha e acabo me atrasando. Agora, ela começou a ir para a escola por meio período. Então, de manhã, eu me dedico integralmente a ela e, à tarde, tiro para as atividades da casa e para o meu trabalho. Isso facilitou muito a minha rotina. Mas ela continua extremamente corrida.”
Dirlene Santos, 31, artesã.
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