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Mãe (in)comum | Manual da mãe separada

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original:   Mãe (in)comum | Manual da mãe separada

 

A editora-chefe Laura Ancona conta como sobreviveu aos primeiros meses de maternidade solo após terminar um casamento de dez anos

laura

Esse texto é para mães que se separaram dos pais de seus filhos. Prazer, eu sou uma delas. Meu casamento de dez anos acabou assim que meus gêmeos fizeram dois. Quando decidi engravidar, nunca passou pela minha cabeça que algo assim aconteceria. Acho que ninguém imagina. Pois bem, aconteceu. Doeu e ainda dói. Mas enquanto ainda aprendo a lidar com a vida de mãe sem parceiro, fiz uma lista de coisas que me ajudaram a sobreviver aos primeiros meses de vida solo com dois nenês pra criar. Espero que minhas experiências inspirem àquelas que estão passando pelo mesmo. Tamo junto, manas!

Conte com um círculo de apoio
Não tenha medo de pedir ajuda, desmarcar com amigos em cima da hora, chegar atrasada numa reunião ou desistir da festa de aniversário da prima porque está exausta demais pra sair. As pessoas vão entender. E se não entenderem, azar o delas.

Programe-se
Faça uma agenda compartilhada com o pai das crianças, que inclui divisão de horários, feriados, férias e finais de semana. Nem todo ex-casal tem uma boa relação e evitar o contato frequente pra falar de assuntos triviais, acredite em mim, alivia boa parte do stress.

Apoie-se na família, inclusive na do ex
Cobre a presença dos avós, pais, tios e padrinhos. Eles são figuras importantes na criação das crianças e podem (e devem) aliviar a pressão e a responsabilidade em cima da mãe.

Engula a raiva
Por mais que você não se dê com o ex, seja qual for o motivo, se force a conviver com ele. Pelas crianças. Eles precisam ver que os pais se toleram em nome de algo maior. Não estou dizendo para encontrá-lo três vezes na semana, mas aniversários, festas de família, da escola e eventuais almoços aos domingos são sagrados. Esforce-se para tornar esses momentos agradáveis para os pequenos, não numa guerra.

Saia com os amigos
Vá ao cinema. Namore. Beije. Transe. Divirta-se. Sou hedonista por definição, mas desde que me tornei mãe, às vezes sentia culpa de me divertir sem as crianças. Depois que me separei, isso virou regra. Não caia na mesma armadilha. Hoje tenho um namorado, e nossos finais de semana sem filhos são deliciosos, embora cheios de saudades. Exposições, cinema, jantares, viagens, amigos e até spa estão no cardápio. E muito sono e sexo, claro.

Viva a dor
Se permita ter raiva, dizer o que pensa, chorar, se descabelar. É importante para o processo de cura. E, quando for a hora, lembre-se de voltar a ser você. Não guarde rancor pra sempre. Não só por ti, mas por eles. Criança nenhuma vai ser feliz se achar que é a causa de frustração da mãe.

Cerque-se de crianças, a vida em bando fica mais fácil
Quando não tinha filhos, acordava tarde, almoçava às cinco e saía pra beber com os amigos com frequência. Uma delícia, mas impensável pra mim hoje, com crianças pequenas, que levantam cedo, comem antes do meio dia e tiram soneca de duas horas à tarde. Muita da conexão que tenho com meu namorado aconteceu porque ele também é pai. Nos entendemos quando tem tempo bom e quando o caldo engrossa. Talvez o mesmo acontecesse se ele não tivesse filhos, quem sabe? Mas, pra mim, foi como se deu.

Arme um esquema de vida que seja compatível com você
Quando você se separar, o trabalho vai dobrar. Tenha um bom funcionário ou babá em casa, se tiver condições pra isso. Escolha uma escola ou creche que atenda seus horários. Peça aos amigos que têm filhos para dividirem funções no final de semana. Converse com seu chefe para flexibilizar o horário quando possível (obrigada Marina!). Peça colo aos seus pais. Entenda: você não vai dar conta de tudo. Não tem jeito. Sua vida vai ter que mudar.

Valorize e agradeça quem ficou do seu lado e te ajudou a recomeçar 
Se não conseguir encontrá-los com frequência, faça-se presente através de mensagens, lembranças, agradecimentos. Os meus vão aqui: Teca, Cacá, Mami, Fabi, Gabi, Bel, Bia, Fê. A vocês, meu muito obrigada e eterna admiração. Não estaria de pé sozinha. You rock!

 

 

 

 

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