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Veja publicação original: Especialistas mostram como mulheres traumatizadas pela violência doméstica podem se recuperar
De acordo com dados divulgados pelo Datafolha 2016, cerca de 16 milhões de mulheres sofrem vítimas de violência no Brasil anualmente. E, de acordo com os especialistas, ela não se restringe apenas às de forma física, mas ela pode evoluir também para a emocional, psicológica e as agressões físicas chegam a se transformar facilmente em relações sexuais sem consentimento (estupro).
Primeiro de tudo, saber que é vítima de violência doméstica e reconhecer o agressor é extremamente importante. As psicólogas Lívia Castilho e Fernanda Gramostin e o neurocientista Julio Peres, a psicóloga falaram com a Glamour sobre formas de ajudar vítimas de violência a recuperarem a autoestima e dar a volta por cima.
Primeiro, devemos identificar os tipos de violência
Elas são a física, a sexual, a emocional, a psicológica, a moral, a patrimonial e a negligêncial. Quem vive em meio ao cerco da violência doméstica por vezes não percebe que é vítima. A psicóloga Fernanda Grasmotin explica essa relação:
“A vítima pode sentir culpa, já que muitas vezes se coloca na mulher a responsabilidade de ‘segurar’ o marido; pode ser também por medo de retaliação do marido; vergonha pelo ‘fracasso’ do casamento; frustração por constatar o fim de um relacionamento que tanto se desejou e idealizou. Porém, para além dessas negações, violência é violência”.
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Vítimas de violência doméstica sofrem de TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático)
Os especialistas apontam que esse distúrbio de ansiedade que pode ser manifestado em sintomas emocionais, psíquicos e até mesmo físicos e esses efeitos são provocados por algum episódio traumático que acontece com frequência na violência doméstica
“A ansiedade é comum, ela não é ruim, é necessária porque nos faz levantar da cama todos os dias. Mas quando é elevada, quando faz parte da característica da pessoa, pode estar próximo de alguns transtornos”, explica Lívia Castilho.
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O neurocientista pontua, também:
“Os traumas psicológicos podem também exercer significativa influência em comportamentos com isolamento social, distorções de percepção da identidade pessoal e alterações da crítica e do julgamento, que demandam os mesmos cuidados psicoterapêuticos, mesmo sem necessariamente caracterizar um transtorno”.
Identificando o agressor
Quem comente violência doméstica, na maioria das vezes é alguém que camufla as suas ações. Geralmente, quem sofre as agressões acredita que essa pessoa esteja cuidando com muito afinco. Reprovar o uso da roupa, por ciúmes, mas dizendo que é por cuidado da segurança da mulher, é uma prova de violência doméstica fingida.
“Outra forma comum é fazer a vítima acreditar que não é inteligente, atraente, bonita ou capaz. Há ainda a insistência em se colocar culpa na vítima em tudo que dá errado em sua vida, mesclando crueldade e ‘generosidade’, pois apesar disso ele ainda a ama. Por detrás de tudo isso, há um agressor que muitas vezes já passou por essa agressão e sente a necessidade extrema por controlar a vítima. Tudo isso se enquadra dentro do que chamamos de relações abusivas, que são caracterizadas por jogos de controle, chantagem emocional, violência, ciúmes, abstinência sexual e frieza emocional”.
Revela Fernanda.
Os efeitos que podem acometer quem é perseguida por um agressor em casa são desespero, irritabilidade, impotência, desesperança, negação, tristeza, raiva, isolamento, prejuízo profissional, alterações cardiovasculares, insônia, perda de apetite, problemas de saúde, transpiração, tremores, tonturas e demais outros.
Psicoterapia para o TEPT por conta da violência doméstica
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Os especialistas mostram que a psicoterapia ajuda as pessoas a lidarem melhor com seus sofrimentos e dores. Lívia mostra:
“Quando a gente fala, a gente também escuta. Falar sobre os traumas, parece um pouco paradoxo, mas ajuda a superar. Ainda que não consiga expressar os próprios sentimentos, memórias, de maneira adequada, tem que tentar. Cada vez que a gente conta e reconta uma história, querendo ou não, nós inserimos elementos cognivitos e acaba modificando. A psicoterapia direciona essa conversa no sentido da superação”.
Como funciona a recuperação
Primeiro de tudo é se perdoar. Depois, nunca se silenciar. O relacionamento abusivo e a violência doméstica nunca é culpa da vítima. “Não se inferiorize pelo ocorrido, pois isso é fruto de relacionamentos formatados pelo patriarcalismo que está presente nas formas sociais de convivência, especialmente no Brasil. A superação de toda dor se dará a partir desse perdão”, ressalta Fernanda.
E sempre busque apoio profissional!
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