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Empoderamento das mulheres é requisito para o fim da fome, defende FAO

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Sem igualdade de gênero e sem o empoderamento social, econômico e político das mulheres, o mundo não conseguirá eliminar a fome. A avaliação é do representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic. Dirigente lembrou que as mulheres são responsáveis pela produção de mais da metade dos alimentos consumidos no planeta. Seu protagonismo, porém, nem sempre se traduz em acesso justo a direitos.

 

 

De acordo com a agência da ONU, as agricultoras são proprietárias de apenas 30% das terras usadas na agropecuária. As mulheres do campo também dispõem de menos recursos para conduzir seus negócios — o público feminino teve acesso a apenas 10% do total de créditos investidos no setor agrícola e a apenas 5% de toda a assistência técnica, segundo estimativas da FAO.

 

 

“As mulheres rurais representam um importante papel na segurança alimentar mundial. Por isso é necessário que os governos adotem políticas públicas específicas, voltadas para o empoderamento das produtoras rurais com o objetivo de fortalecer a produção, o acesso aos mercados e o direito a assistência técnica”, defendeu Bojanic.

 

 

Segundo a recente publicação da FAO, O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2017, a fome também afeta mais as mulheres do que os homens — a diferença chega a 1,5% na África, 0,7% na América Latina e 0,6% na Ásia. No mundo, 7,3% dos homens vivem em situação de insegurança alimentar, ao passo que, entre as mulheres, o índice chega a 7,9%.

 

 

“A igualdade de gênero é um fundamento necessário para que tenhamos um mundo justo, pacífico, próspero e sustentável, mas também é, acima de tudo, um direito humano fundamental. O empoderamento das mulheres representa um importante multiplicador de bem-estar e um pré-requisito para o desenvolvimento sustentável”, acrescentou o representante da FAO no Brasil.

 

 

Segundo a FAO, dar às mulheres melhores oportunidades de produzir culturas para a comercialização, além de garantir o trabalho assalariado em uma agroindústria ou promover outras atividades remuneradas no setor rural, é essencial para aumentar o poder de barganha no lar e legitimar o controle sobre os recursos materiais básicos, como terra e crédito.

 

 

“Sem a igualdade de gênero e o empoderamento econômico, social e político das mulheres rurais, a segurança alimentar não será alcançada”, completou Bojanic.

 

 

 

 

 

 

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