Saiu no site REVISTA CLAUDIA:
Veja publicação original: Igualdade salarial entre homens e mulheres só chegará em 170 anos
A correção começa com uma prática simples, mas revolucionária – medir
Existe uma lenda corporativa segundo a qual homens e mulheres ganham o mesmo em cargos iguais. O mito da desigualdade seria explicado pela nossa preferência de atuação em áreas que remuneram menos. “Pelo menos na minha empresa não há nenhuma diferença”, garante a quase unanimidade de gestores de grandes companhias.
Do outro lado da crença, há os números. E eles são implacáveis. Homens ganham a mais 58% em cargos operacionais e 46,7% em funções de coordenação, gerência e diretoria (pesquisa Catho, 2017); mulheres com um nível igual ou até maior de formação recebem 42% a menos (Global Gap Report, 2016). De acordo com o IBGE, em 2016, os homens ganhavam 24% mais que as mulheres. Tempo estimado para a equivalência, segundo a ONG britânica Oxfam: 170 anos. Nenhuma chance para nós, nossas filhas ou netas.
Quem acredita na lenda “isso não existe, pelo menos na minha empresa” não é maluco ou mal-intencionado. Apenas não fez as contas certas. Não existe uma empresa séria em que o RH determine salários diferentes por gênero nas mesmas funções. A dianteira masculina acontece pela elasticidade das faixas por cargo e remunerações variáveis. A política é correta; o erro (e não má-fé) está na sua aplicação sistemática em favor dos homens.
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