Homens que respondem a processos de agressão as suas mulheres, através da Lei Maria da Penha, iniciaram na manha dessa terça-feira, 23, um projeto piloto do Ministério Publico de São Paulo em parceria com a Prefeitura de Taboão, batizado como “Tempo de Despertar”, em homenagem ao ator Robin Willians.
Acompanhados por uma equipe multidisciplinar com visitas domiciliares após a soltura para ver senão ocorrem novos casos de agressão, os 30 homens terão que participar dos sete encontros quinzenais para terem sua pena atenuada. “O projeto é inovador e vai ajudar esses agressores a romper um ciclo de violência que muitas vezes nem faz parte do seu cotidiano”, disse o prefeito Fernando Fernandes.
A secretária de Saúde de Taboão da Serra, Dra. Raquel Zaicaner, durante a abertura solene do evento ressaltou que o projeto é um desafio para prefeitura e promotoria. “Resgatar a questão da cidadania e colocar esses homens no leito das suas famílias é um desafio muito grande porque teremos que fazer um acompanhamento dia a dia de suas atitudes para que essas agressões não se repitam”.
Para M.F. S, que agrediu sua mulher há um ano e agora responde o processo criminal. “Esse projeto é valido porque caso não cumpra a determinação do juiz e da promotoria a pena não é amenizada. E, não só por isso, vai nos fazer refletir que a agressão não leva a nada”, comentou o agressor pedindo anonimato.
O projeto é fruto de uma parceria entre as Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Saúde, Segurança Pública, Coordenadoria da Mulher, Poder Judiciário e Promotoria de Justiça. “Apenas no último ano, a GCM de Taboão atendeu 22 casos de violência contra a mulher seguido de lesão. Com esse projeto acredito que os responsáveis pela violência deste gênero terão uma oportunidade de reescrever sua própria história”, enfatizou o secretário de Segurança, Dr. Gerson Brito.
“Com o lançamento desse projeto os agressores passarão a ter um novo olhar sobre essa questão da violência doméstica. Acredito que vamos conseguir melhorar essa convivência matrimonial entre os casais”, finalizou a promotora de Justiça, Dra. Maria Gabriela Mansur.