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Polícia mineira registra primeiro estupro virtual

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Veja publicação original:  Polícia mineira registra primeiro estupro virtual 

 

Pai de uma das garotas deu ao suspeito R$ 3.000 porque a filha ameaçava tirar a própria vida diante das intimidações e pressões por “favores” sexuais.

Por JOANA SUAREZ

 

 

A foto de perfil na rede social era de um rapaz “bem afeiçoado, muito diferente do verdadeira”, disse o delegado Ítalo de Oliveira ao relatar o caso de um jovem de 19 anos que foi preso por cometer estupros virtuais com três mulheres e duas adolescentes.

 

 

O chefe da delegacia de Carmo do Paranaíba, na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, afirmou que esse foi o primeiro registro desse tipo de crime no Estado, que consiste em obrigar alguém a realizar “atos libidinosos”, sob chantagem ou ameaça, mesmo sem contato físico. No país, ocorreu um único caso semelhante anterior no Piauí, em agosto passado.

 

 

O rapaz mineiro morava na mesma cidade do interior de onde conhecia suas vítimas de vista ou da escola que estudou. Começava paquerando as garotas, que enviavam “nudes” para ele e a partir daí ele iniciou ameaças até de morte para conseguir mais imagens pornográficas.

 

 

Além de dizer que divulgaria as fotos na internet, ele começou a registrar a vida pessoal das meninas e avisar que mataria a elas e aos familiares.Tudo para conseguir vídeos delas em situações sexuais.

 

 

Extorsão

“Ele conhecia a rotina delas, mandava foto da casa, dizia “vi seu filho na rua”, querendo sempre mais, chegando ao ponto de exigir dinheiro”, contou o delegado, acrescentando que o pai de uma das garotas chegou a dar ao suspeito R$ 3.000 porque a filha ameaçava tirar a própria vida diante do caos de intimidações e pressões por “favores” sexuais.

 

 

A polícia chegou ao rapaz quando ele começou a fazer “jogo duplo”, fingindo que tinha um amigo na cidade e esse “segundo” homem, que era o próprio, encontrava as mulheres para receber dinheiro.

 

 

Ele também deveria ter relações sexuais com uma delas e filmar a cena para o perfil virtual. Foi então que a vítima desconfiou e fez a denúncia na delegacia.

 

 

Os celulares das vítimas e do suspeito foram periciados pela polícia que encontrou as conversas e fotos de pedofilia. As cinco jovens de 16 a 24 anos narraram ao delegado a violência psicológica que sofreram ao gravarem vídeos eróticos sob chantagem.

 

 

O rapaz acabou confessando os crimes.Ele não tinha passagens pela polícia, foi preso preventivamente por extorsão e armazenagem de conteúdo pornográfico envolvendo criança e adolescente, além do estupro, que tem pena de 6 a 10 anos de reclusão.

 

 

Mudança na lei prevê crime online

A mudança feita há oito anos no Código Penal, com a nova redação do artigo 213, permitiu que o estupro praticado mesmo que de maneira virtual fosse considerado crime ao ser caracterizado como ato de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

 

 

Esse tipo de violência pode ocorrer por meio do Facebook, WhatsApp, Skype e outras mídias, onde alguém venha a constranger ou ameaçar outra pessoa a mandar fotos peladas e a tirar a roupa na frente da câmera.

 

 

 

 

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