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Veja publicação original: 7 gráficos que explicam a desigualdade de gênero no mundo
desigualdade entre homens e mulheres continua sendo alta ao redor do mundo. Segundo dados apresentados pelo Fórum Econômico Mundial no Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016, analisando 95 países, pode levar ainda 170 anos para que ocorra, na prática, paridade de remuneração entre os sexos. Isto, a despeito de as mulheres já frequentarem a universidade em números iguais ou superiores aos homens.
Na prática, as mulheres já marcam presença em grande escala nas empresas, mas a maioria ocupa cargos de baixa hierarquia, onde a tomada de decisão é restrita, segundo análise da historiadora e sociológica, Rosana Schwartz. “Conforme você vai subindo na carreira e em salário, há uma significativa redução no número de mulheres. E isso acontece devido ao preconceito e o machismo na hora da contratação. Às vezes, acham que o homem é mais capaz que a mulher para determinados cargos”, diz.
Para entender melhor como se dá essa disfunção no mundo, confira abaixo sete gráficos selecionados pelo Fórum Econômico Mundial que apontam as diferenças em termos salariais e até em questões como planejamento familiar:
O Wall Street Journal explorou a diferença salarial entre homens e mulheres em 422 profissões nos Estados Unidos. A conclusão? O levantamento mostrou que as mulheres ganham menos que os homens em 439 das 449 ocupações analisadas. De forma geral, as mulheres ganham, em média, US$ 0,78 para cada dólar que um homem recebe. Globalmente essa discrepância é ainda pior. São apenas US$ 0,50 para cada dólar que o homem ganha.
Um gráfico interativo do The Guardian mostra como funciona o direito ao aborto em cada país, incluindo onde o procedimento é permitido e em quais circunstâncias específicas isso acontece.
A maioria das mortes ocorridas por conta de um aborto malsucedido acontecem em países em desenvolvimento, com uma maior concentração na África. Estudos recentes estimam que entre 8% e 18% das mortes maternas em todo o mundo são devidas ao aborto inseguro.
O gráfico feito pelo Gapminder permite que os usuários comparem diversos conjuntos de dados de sua escolha, desde a expectativa de vida, até as tendências em idade fértil ou idade média do casamento. É possível também escolher a época e um país específico.
Com o passar dos anos, os dados mostram o crescimento da equidade de gênero no ensino primário e secundário, bem como o aumento da idade do casamento. No entanto, 121 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola primária e do ensino médio – número que permanece constante desde 2007.
Este gráfico interativo feito pelo Fórum Econômico Mundial mostra as lacunas existentes entre mulheres e homens em quatro áreas principais – saúde, educação, economia e política – para determinar quais são os melhores e piores países para a igualdade de gênero.
De todos os dados exibidos, a representação política (que inclui as mulheres dos parlamentos, as mulheres nos ministérios e as chefes de estado) tem apresentado o menor progresso ao passar dos anos, com uma diferença média de 16,5%. Ruanda fica no topo dessa lista apresentando mais mulheres no Parlamento.
Os dados apresentados no site No Ceilings mostram a evolução do uso dos metódos contraceptivos em todo o mundo de 1970 a 2015. A tendência para a adoção desses métodos ao longo dos anos é animadora, mas o gráfico mostra que existem lacunas no planejamento familiar em muitas partes do mundo.
Além disso, existem muitos países onde esses métodos não são acessíveis como deveriam. Satisfazer as necessidades atuais não atendidas nos países em desenvolvimento poderia ajudar a evitar 67 milhões de gravidez não planejadas por ano. Também poderia prevenir a morte de 76 mil mulheres por causas relacionadas à gravidez.
Quando se trata de encontrar um tempo para si, as mulheres enfrentam enormes obstáculos. Conforme ilustrado em análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o conceito de equilíbrio entre vida pessoal e trabalho não varia somente entre culturas, mas também entre os gêneros.
Mulheres não param de trabalhar quando elas deixam seus empregos. Em casa, elas acumulam trabalho não remunerado, como cozinhar e limpar, cuidar das crianças e de suas famílias. A mulher italiana, por exemplo, gasta cerca de 22 horas por semana (ou quase 3 dias de trabalho) a mais que seu parceiro nos afazeres de casa, enquanto nos países nórdicos essa diferença é de 5 horas. No total, o valor anual estimado do trabalho não remunerado de mulheres totaliza US$ 10 trilhões, o equivalente a 13% do PIB global.
Dar apoio às mulheres e crianças é um pequeno preço a pagar em nome de futuras gerações saudáveis. No entanto, análise do World Policy Analysis Center mostra que há diferenças enormes na duração da licença maternidade entre os países.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos seis de amamentação, o que é um desafio para as mães que trabalham em países sem políticas de licença maternidade remunerada. Em nações “pró-familiares” como a Suécia, quando nasce um bebê, os pais recebem 480 dias para ficar em casa. Nos EUA, onde a licença maternidade é opcional, apenas 14% dos empregadores optam por conceder este período às mulheres que se tornam mães.