Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:
Veja publicação original: Protagonista trans de “Uma Mulher Fantástica” fala sobre presença de LGBT’s no cinema
Estrela do novo filme do diretor argentino Sebastián Lelio, a cantora e atriz Daniela Vega fala sobre sua participação no longa chileno.
Marina e Orlando são retratados como um casal apaixonado e feliz nas primeiras cenas de “Uma Mulher Fantástica”, novo filme do diretor argentino Sebastián Lelio, que acaba de estrear no Brasil. Mas uma fatalidade no meio da noite transforma a sorte dos dois em uma tragédia, tornando as 24 horas seguintes em um pesadelo na vida da personagem principal, interpretada pela Daniela Vega. À Marie Claire, a cantora transexual chilena conta como foi o convite para estrelar a produção aclamada pela crítica e fala sobre a presença cada vez maior de artistas LGBT em grandes produções do cinema.
Marie Claire: Como foi o convite para participar do filme?
Daniela Vega: Sebastian primeiro me convidou para aconselhá-lo sobre questões do corpo e poética trans. Foi um processo extenso e fluido. Nós nos tornamos amigos e depois de alguns anos, recebi o roteiro e a proposta de fazer Marina Vidal.
MC: O que pensou quando recebeu a tarefa de interpretar uma mulher transexual?
DV: Aceitei com entusiasmo e profissionalismo. Acreditei que seria uma ótima oportunidade boa e fiz da melhor forma que pude.
MC: Você é uma das poucas mulheres transexas a participar de um filme latino-americano. Acredita que seu trabalho está abrindo o caminho para outros transexuais?
DV: Não sei, talvez haja mais consciência da empatia hoje. Estivemos à margem, mas agora estamos chegando ao centro. E isso parece justo, urgente, poético e reivindicativo.
MC: A personagem do filme é vista pelos familiares de Marina como uma aberração.
Você já esteve em uma situação similar?
DV: Felizmente, não.
MC: Você e Marina têm algo em comum?
DV: Somos mulheres, somos jovens e gostamos de ópera e aventuras.
MC: Qual mensagem você gostaria de deixar para quem assistir ao filme?
DV: Que o tempo nos pertence, mas não inteiramente. Vivemos nele e podemos fazer dele o que quisermos. E que a vida existe para a dignidade e rebelião. Amor e vontade.
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