Saiu no site G1 SP:
Veja publicação original: Outra mulher é vítima de assédio sexual em ônibus na Avenida Paulista
Este é o segundo caso em menos de 24 horas. Vítima diz que agressor passou a mão em seus seios. Ele foi detido pela PM.
Por Paula Paiva Paulo
Pelo segundo dia consecutivo uma mulher foi vítima de assédio sexual dentro de um ônibus que passava pela Avenida Paulista, na região central de São Paulo. A vítima relatou que o agressor passou a mão em seus seios. O motorista fechou a porta e chamou a polícia, que deteve o agressor.
“Ele passou a mão em mim e quis parecer que eu estava louca”, relatou Juliana de Deus, de 25 anos. “Estava sentada ao lado dele. Ele começou a passar a mão no meu seio e eu comecei a me ligar. ‘Sai de perto, sai de perto!’ As mulheres ao redor também começaram a se revoltar”, disse a vítima, que é cantora.
Uma passageira que não quis se identificar viu toda a cena .”Ele estava virado para o lado dela toda hora. Ela [a vítima] levantou e disse pra mim ‘toma cuidado com ele'”, contou a mulher que foi levada como testemunha. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins, mesma delegacia onde o crime de terça é investigado.
O ônibus da linha 875H-Lapa – Vila Mariana ficou parado na Avenida Paulista em frente ao escritório da Presidência, onde havia um protesto de indíos com a presença de muitos policiais.
Ejaculou na passageira e foi solto
A vítima do abuso disse que não sabia que outra mulher havia sido vítima de assédio sexual em um ônibus na terça-feira (29). Um homem que ejaculou em uma mulher dentro de um ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo, havia passado cinco vezes pela polícia por suspeita de estupro, mas nunca havia ido a julgamento, de acordo com SP2.
O último caso ocorreu no início da tarde desta terça-feira, na altura da Alameda Joaquim Eugênio de Lima. A Polícia Militar foi acionada e o homem foi preso em flagrante e levado ao 78º Distrito Policial, no Jardins. Nesta quarta-feira, o homem foi solto pela Justiça em audiência de custódia.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz entendeu que não era necessária a manutenção da prisão. O crime se encaixa no artigo 61 da lei de contravenção penal – “importunar alguém em local público de modo ofensivo ao pudor” – e é considerado de menor potencial ofensivo. A lei é de 1941. O agressor ficou menos de 24 horas detido.
Ainda de acordo com o TJ, o delegado que registrou a ocorrência não pediu a prisão preventiva do acusado e o Ministério Público, durante a audiência de custódia, se manifestou pela liberação do rapaz.
Na decisão, embora afirme que “o ato praticado é grave”, e destaque o “histórico desse tipo de comportamento” do rapaz, o juiz diz não ver “constrangimento tampouco violência” e, por tal razão, defende que o crime “se amolda à contravenção e não estupro”.
“Entendo que não houve constrangimento tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado”, aponta o texto.
O caso ocorreu no mesmo dia em que 16 entidades, incluindo empresas de transporte público e a Prefeitura, lançaram a campanha “Juntos Podemos Parar o Abuso Sexual do Transporte”, que foi encabeçado pelo Tribunal de Justiça. A mensagem principal é que a vítima não tenha medo de denunciar. Os cartazes da campanha serão espalhados nos ônibus da SPTrans, da EMTU, nos trens e no Metrô.