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Veja publicação original: Assassinatos já marcam 2017 como um dos anos mais violentos contra mulheres em Rio Brilhante
Por: Olimar Gamarra
Pouco mais de dois meses. Este esta sendo o tempo necessário para que 2017 Rio Brilhante de pouco mais de 34 mil habitantes a 160km da capital Campo Grande, se torne o ano marcado por uma triste estatística que aumenta a casa dia em nosso pais. O assassinato de mulheres, sejam elas vitimas de violência domestica, ou de outra forma de agressão extrema.
Historias de vida e famílias que se unem em torno de um pedido de justiça. Mulheres que se calam, mas tem seus gritos ecoados a todo o momento, em um pedido de PAZ, e menos mortes de mulheres, por aqueles que ficam.
TALIA 19 ANOS
Talia Soares Rech de apenas 19 anos, teve seus sonhos e planos de vida interrompidos de maneira cruel no final na tarde do dia 08 de junho desse ano, após ser atingida a tiros disparados pelo seu padrasto Ramão Carvalho de Souza de 56 anos. O crime ocorreu na casa da vítima no bairro Benedito Rondon. Disposto a matar, o pedreiro efetuou tiros com um revolver calibre 38 contra a cabeça da enteada, que ainda chegou a ser socorrida ao hospital de Rio Brilhante, mas não resistiu. Sua mãe, baleada pelo então companheiro, sobreviveu e hoje convive com a difícil ausência da filha.
Ramão foi preso no mesmo dia do crime tentando se esconder da Polícia em uma região de mata. Está recolhido em regime fechado desde então. Ainda não há data para o julgamento.
A morte de Talita que causou grande comoção na cidade é tratada como Feminicídio que é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. Com agravante de ter sido cometido diante da mãe da vítima. Sendo condenado, o acusado poderá ficar ate 30 anos na cadeia.
MÁRCIA 38 ANOS
Inicio da manha do ultimo dia 07, o corpo de Márcia Conceição Rodrigues de 38 anos foi encontrado nu e com o rosto completamente carbonizado as margens de uma estrada de terra chamada ”Estrada do Cadeado”, zona rural do município.
Como estava sem documentos pessoais e com o rosto queimado, a identificação de Márcia só foi possível após duas filhas dela reconhecerem restos de roupas e uma rasteirinha, que foi encontrada ao lado do corpo. Isso aconteceu no inicio da tarde daquela segunda-feira, apos as filhas acompanharem as noticias na imprensa.
Márcia alternava tempos em clinicas de recuperação para tentar se livrar do vicio nas drogas e em casa. A ultima vez que foi vista com vida pela filha foi no domingo (07), por volta das 13h quando saiu de casa com uma bicicleta e depois disso só foi encontrada no dia seguinte, em local ermo e sem vida.
Um mistério, que ate o momento não foi desvendado pela Polícia. Afinal, quem mataria Márcia? E por quê?. Perguntas que a família espera serem respondidas pelas forças policiais, que atuam no caso. (Homicídio doloso qualificado por meio cruel)
TATIANE 19 ANOS
Terceira mulher morta. Tatiane Dias da Silva de 19 anos encontrou a morte pelas mãos de um homem, na varanda da casa dela na noite desta sexta-feira (18), na Rua Aires Francisco de Lima no distrito de Prudêncio Thomaz. Cinco tiros partidos de um revolver,deixaram dois filhos sem a presença da mãe.
A jovem teria sido morta pelo fato de não aceitar, o que muitos chamam vulgarmente de ‘’ cantada’’. Como se não pudesse ter direito as próprias escolhas, Tatiane foi cruelmente abatida com tiros nas costas depois de dar um tapa no rosto do suspeito do crime em um bar. Elias Lazaro Cavalheiro de 42 anos, que ainda não foi preso, teria assediado a vítima que estava acompanhada pelo namorado. Ao chegar em casa minutos depois o assassino que falou que iria embora mas retornaria, de fato retornou a atirou sem piedade na jovem mãe, que de acordo com seu namorado estava grávida de pouco mais de um mês. (Homicídio doloso qualificado por motivo fútil).
Relembramos aqui três casos em um intervalo de pouco mais de dois meses, porem são casos como da universitária Layane Pereira de Jesus (19), Joelma Roque de Oliveira, e outras, que nos levam a uma realidade assustadora de vidas que hoje poderiam estar preservadas.
São centenas e milhares de ”Talias, Marcias,Tatianes, Layanes e Joelmas”, que morrem todos os dias, implorando por uma chance de continuar vivendo. Na maioria das vezes por aqueles que passaram de contos amorosos a paginas policiais.
Homens que se vestem com o manto de superioridade diante de mulheres e agem sem pensar nas conseqüências. Ou ate premeditam suas ações. Quando não matam deixam cicatrizes e marcas para resto da vida de suas vítimas.
Todo tipo de violência contra mulher precisa ser denunciada, seja ela física ou psicológica. Ligue 180 ou 190. Procure uma Delegacia mais próxima e comunique as autoridades.
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