Saiu no site TRIBUNA DE PETRÓPOLIS:
Veja publicação original: VIOLÊNCIA CONTRA MULHER MAIS QUE DOBROU NO MÊS DE JULHO
Dados do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) apontam que apenas no mês de julho foram registrados 57 atendimentos de violência contra mulher na unidade, destes 42 foram novos casos e 15 retorno de mulheres que já haviam comparecido ao local. Isso significa um aumento de mais de 50% de atendimentos em relação aos meses anteriores, isso porque a média mensal deste ano é de cerca de 20 novos casos.
Já o Juizado da Violência Doméstica e Familiar recebe todo mês 200 novos processos para analisar e julgar. E, realiza por semana 50 audiências que tratam especialmente deste tipo de crime. A maioria desses processos são de lesão corporal e ameaças. Desde 2006 ao menos Ainda três mulheres morreram em Petrópolis vítimas de crimes passionais, cometidos pelos companheiros, que não aceitaram o fim do relacionamento. Segundo o CRAM a maior parte das mulheres que procura o centro relata que são vítimas de abusos sexuais, psicológicos e violência física. O espaço oferece apoio jurídico e psicológico às mulheres.
No Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ), a estatísticas alarmantes são confirmadas. Em 2015, foram registrados 783 casos de ameaça e 811 de lesão corporal na cidade. O balanço do Dossiê Mulher também revelou que a maior parte das agressões acontece dentro das residências (54,4%) e é praticada pelo ex ou o atual companheiro da vítima (43%). Outro dado divulgado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar chama a atenção: 80% das mulheres desistem em dar continuidade aos processos. Quando isso ocorre, muitos casos nem chegam a ser julgados e quando há julgamento, o réu acaba sendo absolvido por falta de provas.
Para a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Luciana Périco, o apoio dado as vítimas desse tipo de crime é fundamental. “É preciso que cada vez mais ações acolham e protejam essas mulheres. A criação da Lei Maria da Penha foi um grande avanço mas precisamos continuar trabalhando nessas questões. Por isso estudados sempre novas políticas públicas para as mulheres durante as reuniões do conselho, que envolvam diversos assuntos relacionados a mulher, não apenas sobre a violência. A intenção é conseguir efetivamente melhoria na qualidade de vida desse público”, afirmou.
Polícias Públicas para mulheres são tema do 1º encontro de gestores e representantes de serviços especializados de atendimento à mulher da Região Serrana.
Diante dos dados alarmantes em todo Brasil o 1° encontro de gestores e representantes de serviços especializados de atendimento à mulher dos municípios que compõe a Região Serrana, discutiu políticas públicas direcionadas para mulheres vítimas de violência. O evento teve a presença de representantes do governo estadual e das cidades de Teresópolis e Santa Maria Madalena.
A ideia é ampliar e fortalecer a rede de enfrentamento à violência contra a mulher, a partir da criação de polos de articulação regionais, com o viés de facilitar a disseminação de propostas e ações direcionadas as mulheres da região. A superintendente de Políticas Intersetoriais do governo do estado, Cristiane Albuquerque Malongo, acredita que as políticas públicas direcionadas as mulheres na Região Serrana necessita de ampliação e uma gestão que faça inclusão das cidades da região no trabalho de enfrentamento. “Por isso, os encontros regionais têm a característica de aglutinar ideias”, aponta.
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