Saiu no site G1:
Veja publicação original: CNJ lança curso online para evitar brigas entre pais depois da separação
Por Flávia Alvarenga
Objetivo é garantir o direito das crianças à convivência com toda a família. Material conta com cartilhas com explicações sobre guarda e divórcio.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou, nesta quinta-feira (5), um curso online para evitar brigas entre os pais depois da separação e garantir o direito de crianças e adolescentes à convivência com toda a família.
SAIBA COMO TER ACESSO AO CURSO ONLINE
Depois da separação dos pais, muitas crianças ficam tristes, preocupadas, com raiva. A filha da gerente de loja Viviane Alves dos Santos passou por isso. Os pais começaram a disputar a guarda na Justiça e a criança, que hoje tem sete anos, sofreu junto. “Ela ficou triste, o rendimento escolar caiu, ela ficou uma criança mais depressiva, a autoestima dela baixou demais, muito mesmo”, relata.
Viviane e o ex-namorado Cláudio Santos se envolveram no que se chama de alienação parental, quando o pai e a mãe criam situações desconfortáveis e descumprem acordos. Algumas vezes, eles falam mal um do outro para a criança. Os dois só se entenderam depois de fazer um curso na Vara de Família do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
“Ás vezes, até sem perceber, a gente pode estar fazendo pressão psicológica na criança e acaba atrapalhando o desenvolvimento dela, tanto na escola como no lar”, admite Cláudio.
Alguns tribunais do país têm cursos presenciais contra a alienação parental, que ajudam pais, mães e filhos em processo de separação. O objetivo é evitar conflitos e brigas, mas como nem todo tribunal tem estrutura para isso, a partir de agora, esses cursos também poderão ser feitos pela internet e qualquer pessoa poderá ter acessar.
O material do curso online é o mesmo dos cursos dados em sala de aula, com cartilhas com explicações sobre guarda, divórcio e, principalmente, sobre a relação com as crianças. Tem até exemplos de casos já mostrados em novelas da TV Globo.
Para o CNJ, os cursos dão velocidade aos processos e, a maior parte acaba, sendo resolvida sem necessidade de ir para a Justiça. “Nós temos um conflito que é solucionado definitivamente através de um acordo e nós verificamos que depois que as pessoas participam dessa oficina, o índice de acordos vai a 90%”, afirma Emmanuel Campelo, conselheiro do CNJ.
Depois do curso, Viviane e Cláudio optaram pela guarda compartilhada. Daqui pra frente, nada de brigas. Tudo pelo equilíbrio da filha. “Ela demonstra pra gente que precisa dos dois e não de um só. A gente tem que deixar de ser um pouco egoísta e pensar mais na criança”, afirma o pai. “Tem que ser feliz. Ela é especial tanto pra mim, quanto pra ele, na mesma medida. O meu amor não é maior do que o dele. Os dois querem o bem e é isso que importa”, completa a mãe.
…