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No Seu Pescoço chega às livrarias trazendo contos com mulheres fortes

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Veja publicação original: No Seu Pescoço chega às livrarias trazendo contos com mulheres fortes

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No Seu Pescoço é de autoria da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora de Americanah. Escrito em 2009, somente agora foi traduzido para o português. Ele reúne 12 contos que, da América à África, falam de mulheres, racismo, imigração, romances, família e desigualdades.

Esqueça os enredos rasos e a zona de conforto

Os personagens são fortes e marcantes, mas as mulheres se destacam. Elas são profundas, decididas, fortes. Possuem virtudes, mas também deixam suas fraquezas aparecerem. Por serem pessoas possíveis, sempre ficamos com um sentimento incômodo quando as fraquezas e inseguranças aparecem. É como se os contos fossem o nosso presente e sentimos uma angústia. Por isso ficamos, literalmente, com a sensação de que algo está apertando o nosso pescoço.

Os 12 contos têm em comum o sentimento de perda e o momento de reencontro. Psicologicamente ou fisicamente, nos reencontramos com o que um dia deixamos de ser, porque nossa vivência forma cicatrizes. Porém nunca é um reencontro fácil e implica em várias renúncias. Mesmo o que um dia já nos fez feliz agora nos incomoda, como por exemplo na vida de Nkem (no segundo conto, Réplica), que é totalmente modificada quando ela se muda para os EUA, mas existe a saudade latente de Lagos. A decisão de voltar ou não para seu país é algo que a incomoda, pois ela gosta da sua vida nova, mas ao mesmo tempo, sente que finalmente poderá ter paz na áfrica.

Viver é difícil e nossas ações não vêm sem nenhuma reação, para o bem ou mal.

Chimamanda consegue, em No Seu Pescoço, atingir camadas profundas com uma linguagem simples. Não há prolixidade ou truques para atingir o leitor. O texto é fluido e atraente, e, ao mesmo tempo em que nos sufoca com a realidade, consegue gerar empatia imediata entre o nós e as personagens.

Além disso, existe a representação negra e feminina que sempre foi escassa na literatura comercial, sem heróis brancos para roubar seu protagonismo. Como Chimamanda sempre reforça em suas obras, mulheres negras podem e devem ser protagonistas da sua própria história.

 

 

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