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Veja publicação original: Menina de 13 anos é vítima de estupro coletivo em escola no RJ
Quatro adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, foram apreendidos na manhã desta segunda-feira (24) suspeitos de participar de um estupro coletivo contra uma garota de 13 anos no Colégio Estadual Padre Mello, em Bom Jesus do Itabapoana, no Rio de Janeiro.
Um dos jovens apontados pela vítima e alvo de um dos mandados de busca é seu ex-namorado. A Polícia desconfia que mais 10 adolescentes participaram da ação.
A menina denunciou os casos de violência sexual e contou ao Fantástico os detalhes do crime. “Eu estava com meu namorado e ele me chamou pra ir até a quadra. Eu topei, pensei que era só com ele. Sei lá, eu acho que ele bolou um plano, não sei. Aí tinha um monte de menino lá. Eu falei “pra que um monte de menino?”. Ele não quis responder. Aí, os meninos me ameaçaram, falaram que eu tinha que fazer com eles”, declarou.
O pai da menina relatou ainda o modo como ela contou para a família. “Ela falou assim: ó, papai, não podia acontecer isso, mas os meninos me forçaram. Quando cheguei lá, não tive como sair depressa, porque o portão tava fechado. Aí, me obrigaram a ficar com os outros cinco. Eu espero que a Justiça resolva isso, porque eu mesmo não posso fazer nada. Eu acho que eles têm que ser punidos, porque se eu ficasse quieta, talvez, isso fosse continuar”, declarou.
Segundo a promotora Olivia Motta Venâncio Rebouças, o Ministério Público aponta que os casos de violência sexual ocorriam constantemente. “A vítima relata que foi submetida a uma série de atos de constrangimentos e a todo um processo de escravização sexual”, disse.
Mais de uma ocasião de estupro foi relatada. “Os fatos ocorreram ao longo de 45 dias entre os meses de maio e junho deste ano. Dois episódios na quadra envolvendo uma série de adolescentes. O terceiro episódio ela diz que não pôde nem contar quantos eram, mas que eram pelo menos 15. E o último episódio teria ocorrido dentro da sala de aula envolvendo dois adolescentes praticando o ato sexual com ela e mais dois que seriam responsáveis pela vigilância para que ninguém se aproximasse”, explicou a magistrada.
A secretaria de Estado de Educação afastou o diretor do colégio e abriu sindicância para apurar o caso. A Polícia Civil acredita que a escola, mesmo sabendo do caso, não procurou as autoridades. Já a pena dos infratores pode chegar a três anos de recolhimento, caso a participação seja comprovada.
A vítima esta sob os cuidados do Conselho Tutelar, recebendo atendimento médico e psicológico. À família, ela afirmou que não sente mais vontade de voltar ao colégio. “Eu vou trocar de escola. Onde eu passo, todo mundo fica falando, comentando. Eu tava falando com a minha avó assim: ‘Eu nem quero estudar mais’. Minha vó me falou ‘Não, minha filha, você tem que continuar pra ser alguém na vida’”, disse.