A Guarda Civil de Piracicaba iniciou na manhã de hoje, 26/04, o treinamento teórico da Patrulha Maria da Penha. Uma equipe da Guarda da cidade de Suzano, na Grande São Paulo, esteve na sede da corporação para apresentar o projeto. Amanhã, quinta-feira, 27, o treinamento prático acontecerá em Suzano, quando as equipes acompanharão as entrevista com vítimas atendidas. A ação da Patrulha Maria da Penha consiste em visitas periódicas às residências de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, para verificar o cumprimento das medidas protetivas de urgência e reprimir atos de violência.

Em sala de aula, o curso abordou a Lei Maria da Penha, a prática diária da Patrulha Maria da Penha, além do trabalho burocrático, como preenchimento das fichas e relatórios feitos durante o contato com as vítimas. Os alunos também receberam uma cartilha e cópia do projeto criado pela Guarda de Suzano.

Rosimeire Ferreira Calixto, coordenadora da Guarda de Suzano, onde a Patrulha Maria da Penha foi implantada em outubro de 2014, falou sobre o trabalho realizado. “Suzano possui 800 casos sendo acompanhados. A recepção da população, de início, foi tímida, porém, com o tempo, houve muita repercussão, principalmente no auxílio do trabalho preventivo da própria Guarda”, explicou.

Desde 2014, a Patrulha de Suzano efetuou 21 prisões por desobediência e teve quase 22 mil visitas a domicílio cumpridas pelos agentes de segurança pública municipal como medida preventiva. É preciso destacar, também, que, após a criação do órgão, nenhum óbito por violência doméstica foi registrado naquela cidade.

A implantação da Patrulha em Piracicaba foi anunciada na segunda-feira, 24, durante a cerimônia em comemoração aos 114 anos da Guarda Civil. De acordo com a comandante da corporação de Piracicaba, Lucineide Aparecida Maciel, que acompanhou as aulas hoje, Piracicaba terá uma equipe formada por cinco mulheres e cinco homens que iniciará os trabalhos no mês de maio. “A Patrulha Maria da Penha consiste em garantir que a vítima não sofra reincidência e que o agressor não desobedeça uma ordem judicial. Nosso objetivo é fiscalizar e, principalmente, divulgar nosso trabalho para que diminuam os índices de agressão contra mulheres”, reforçou.

NÚMEROS – Em 2016, a Guarda Civil atendeu 51 ocorrências de violência contra a mulher, com 19 flagrantes. Já o Centro de Referência de Atendimento à

Mulher em Situação de Violência (CRAM) registrou 121 mulheres, de 15 a 60 anos, vítimas de vários tipos de violência, como física, moral, psicológica e sexual. Em 2016, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) registrou 1.575 ocorrências referentes à Lei Maria da Penha, com 97 flagrantes e 287 medidas protetivas encaminhadas.