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Esta italiana trabalha no Brasil para exterminar o abuso infantil

Saiu na Revista CLAUDIA:

 

A designer Bianca Bencivenni abriu uma escola na divisa entre Amazonas e Roraima e luta contra o abuso de crianças, o machismo e a caça às tartarugas
 
Por Henrique Skujis (Texto e foto)

Recém-formada em desenho industrial em Florença, na Itália, Bianca Bencivenni, 53 anos, conheceu o escocês Paul Clark. Casados, viajaram para o Brasil antes de ela fazer 30 anos. Visitaram cidades grandes, praias do Nordeste e se encantaram com a Amazônia. Em troca de casa e comida, Bencivenni dava aulas de arte e inglês em comunidades ribeirinhas do Rio Negro. Perto da divisa do Amazonas com Roraima, no Rio Jauaperi, o casal fincou raízes.

Criaram a Vivamazônia, escola que atende gratuitamente estudantes do povoado de Itaquera, a meia hora de barco. Quase sem apoio do governo, o casal toca projetos com contribuições de amigos europeus e da Expedição Katerre, empresa de ecoturismo. Hoje, Bencivenni leciona também história e geografia para alunos de 6 a 16 anos.

Os maiores desafios que enfrenta, porém, são ambientais e sociais. “Falamos sobre a preservação da natureza ameaçada”, conta. “As crianças assimilam, mas, quando voltam para casa, encontram resistência. São elas que têm de educar os pais.” Por exemplo, mostrando a eles que não devem caçar, comer ou vender ovos de quelônios – espécies de tartaruga. A italiana coordena coletas nas praias que, em 2016, resgataram 600 ovos.

Ela conversa muito com os pupilos sobre assédio sexual e estupros, problemas recorrentes ali. “Ensino como se proteger e agir”, afirma. Por isso, o casal é malvisto. “O machismo é grande. Os homens precisam fazer um exame de consciência.”

Ela e Paul têm Yara, 20 anos, e Ian, 11 – dois filhos loirinhos entre os caboclos –, que amam a Amazônia. “Fico feliz por dar essa oportunidade a eles e a meus alunos, a quem explico a vida, o mundo e a floresta. Mostro que todos dependemos dela.”

 

Veja publicação original: Esta italiana trabalha no Brasil para exterminar o abuso infantil

 

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