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Criada há quase 76 anos, a heroína mais marcante dos quadrinhos finalmente ganhou um filme live-action à altura. Mulher-Maravilha, da DC Comics, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (1°). E não tem como negar: a espera realmente valeu a pena.
Dirigido pela incrível Patty Jenkins (de Monster: Desejo Assassino, que rendeu um Oscar de Melhor Atriz a Charlize Theron), o longa mostra o protagonismo feminino sem clichês, mas com bom humor e uma fotografia impecável.
Diana (Lilly Aspell/Emily Carey/Gal Gadot) é a princesa da paradisíaca Ilha Themyscira e, desde criança, é treinada para ser a melhor guerreira de todos os tempos. Ela vê a sua vida mudar quando conhece o piloto Steve Trevor (Chris Pine) e descobre que uma guerra está devastando o mundo e matando milhares de pessoas.
A Ilha Themyscira é povoada por amazonas, mulheres extraordinárias que servem como inspiração para a protagonista. Entre elas, a Rainha Hipólita (Connie Nielsen), sua mãe.
Outra personagem que merece destaque é a General Antíope, irmã de Hipólita, interpretada por Robin Wright. A atriz de House of Cards aparece completamente diferente nas telonas, vivendo batalhas empolgantes.
Embora as lutas coreografadas e realmente dinâmicas demorem um pouco para aparecer, elas não deixam o espectador desapontado. Esse tempo é necessário para entender a origem, os sentimentos e as motivações da protagonista.
Por outro lado, os vilões são pouco explorados, mas isso não compromete a trama, já que é nítido que o filme tem como objetivo principal contar a história de Diana.
A trilha sonora, por sua vez, surge apenas em cenas pontuais, o que não é comum em longas do gênero, mas é decepcionante.
Aliás, quem curte filmes de heróis pode acabar se lembrando de Capitão América: O Primeiro Vingador em certos momentos. Não só pelo clima de guerra, mas por alguns detalhes que acabam não passando batido por quem é fã desse universo.
A atuação da pequena Lilly Aspell, que vive Diana quando criança, é encantadora! Enquanto isso, Gal Gadot interpreta perfeitamente a Mulher-Maravilha na fase adulta. A química da heroína com o personagem de Chris Pine é magnética: a dupla faz sentido, mesmo pertencendo a mundos tão diferentes.
Diana é uma personagem maravilhosamente ambígua. Ao mesmo tempo em que é inocente e não conhece coisas que consideramos simples, como um relógio, ela compreende o mundo de uma maneira profunda e única.
Felizmente, quem só teve a oportunidade de se deparar com uma imagem estereotipada da personagem, em que ela é uma “mulher bonita, sensual e capaz de salvar o mundo por lutar bem”, terá uma nova chance.
O filme deixa claro o quanto a Mulher-Maravilha é inteligentíssima, destruindo uma série de preconceitos. Ela é como uma verdadeira heroína badass deve ser, sem medo de desagradar.
Vale ressaltar que é impossível não enaltecer a beleza de Gal Gadot, levando em consideração que ser bela é uma das características de Diana. Suas roupas também são justificadas pelo simples fato de que ela foi criada como guerreira em uma ilha tropical – ou seja, precisa de praticidade, não pretende ser sensual.
E é importante ressaltar que a produção não reforça a imagem hipersexualizada da heroína. Isso fica claro quando não há câmeras demoradas e maliciosas mostrando detalhes do corpo da atriz, como acontece em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, dirigido por Zack Snyder.
Além disso, em Mulher-Maravilha, a única cena de nudez não é feita por Gadot – e nem mesmo por uma mulher. Pontos e mais pontos para Jenkins!
Confira o trailer de Mulher-Maravilha
Publicação Original: ‘Mulher-Maravilha’: o filme realmente merece tantos elogios