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77% das mulheres se sentem inseguras em pontos de ônibus, diz pesquisa

Saiu no G1.

Veja a Publicação Original.

Uma pesquisa revelou que 77% das mulheres disseram que se sentem inseguras quando precisam usar um ponto de ônibus, seja no caminho até ele, ou durante a espera pelo transporte público.

O levantamento ouviu 417 pessoas, com faixa etária de 10 a 69 anos, em 86 cidades diferentes em 26 estados e no Distrito Federal.

A pesquisa, feita pela Organização não Governamental (ONG) Think Olga, também mostra que:

  • 62% das entrevistadas disseram ter medo vem quando o ponto de ônibus está vazio;
  • 61% sentem medo quando o ponto é mal iluminado.

Muitos homens provavelmente não têm ideia de como se sente uma mulher em uma situação comum como essa.

De acordo com a recepcionista Karolaine Leite, mulheres se sentem mais vulneráveis durante a noite, em uma região mal iluminada, em um ponto sem luz e com poucas pessoas ou vazio.

“Olha isso aqui. Olha esse deserto. É uma avenida, mas você acha que as pessoas que estão passando de carro, moto, vão se preocupar com o que está acontecendo aqui na calçada?”, indaga ela.

A líder da pesquisa Amanda Kamanchek diz que o que as mulheres mais temem é a violência sexual.

“Muitas dessas mulheres que pegam o transporte público estão fazendo isso de madrugada, logo no primeiro horário da manhã, e à noite também. E o que as mulheres têm medo é da violência sexual, seja a importunação sexual, o assédio, o abuso ou o estupro”, afirma.

Muitas mulheres afirmaram que chegam inclusive a pegar ônibus errado para fugir de abordagens masculinas.

“É muito perigoso, né? Já aconteceu comigo de estar no ponto aqui sozinha e chegar um rapaz perto de mim falando coisas bem que me deixou com medo. No primeiro ônibus que veio eu peguei e fui embora. Já aconteceu várias vezes isso”, afirma a depiladora Jô Batista.

Além do ponto de ônibus, 68% das mulheres ficam receosas no trajeto até o transporte. A confeiteira Núbia Carolina diz que a situação e preocupante.

“A gente tem pessoas em casa que zelam por nós. Às vezes a gente sai com medo de não voltar. Eu penso assim. Eu tenho que passar por situações para poder evitar porque eu tenho por quem me espera em casa. Já fui assaltada. La na estação Socorro já fui assaltada duas vezes, indo para a estação. Lá tem lugares muito vazios. Fui assaltada lá e levaram tudo”, afirma.

Para a líder da pesquisa, a solução passa por investimentos em infraestrutura urbana, como, por exemplo, uma luminária que ilumine o caminho do pedestre e não só o dos carros, além de uma mudança cultural.

“Todo mundo é responsável pela importunação sexual, pelo assédio e todo mundo precisa fazer alguma coisa. Não só não assediar no caso dos homens, mas também se você está vendo que a mulher está passando por algo vulnerável, acionar o motorista, cobrador que devem fazer alguma coisa, conduzir o ônibus para a delegacia. Como passageiro, tentar acolher essa mulher. Perguntar se ela precisa de alguma coisa, se ela precisa de ajuda, puxar uma conversa e tentar acolher essa mulher.”

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que as polícias fazem um trabalho preventivo, ostensivo e investigativo em todas as regiões com base nos indicadores criminais, por isso, a importância de registrar o Boletim de Ocorrência.

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