Saiu no site REVISTA 29HORAS
Veja publicação original: 29HORAS em casa: Quarentena é para ser refúgio
O isolamento social diminui a curva de contágio pelo novo coronavírus (Covid-19), como mostram os dados da Organização da Saúde (OMS). Uma pessoa contamina três, em média. Essas três contaminadas passam o vírus para nove. As nove passam para 27. E assim, a progressão faz os casos explodirem. Uma pessoa que quebre a rede, estando em quarentena, pode evitar milhares de casos.
Se por um lado, todos estão mais seguros ficando em casa neste momento, por outro algumas mulheres sofrem com o aumento da violência doméstica, principalmente em países com taxas de feminicídios anteriormente altas, como Brasil, México, Chile e Argentina. Aqui e nesses lugares a média passa de 10 assassinatos de mulheres por dia.
Os números são assustadores. Na Argentina, 18 mulheres foram assassinadas por seus companheiros, ou ex-companheiros, nos primeiros 20 dias de quarentena, que começou em 20 de março. Os pedidos de ajuda por telefone aumentaram 39%. Em São Paulo, durante os primeiros dez dias de quarentena, as denúncias de violência doméstica aumentaram em 30%.
Com o objetivo de proteger mulheres que estão em risco nesse momento, os institutos Justiça de Saia e Bem Querer Mulher se uniram para criar a força-tarefa Justiceiras. Para solicitar ajuda ao projeto, mulheres que estejam passando por uma situação de violência devem enviar uma mensagem para o número de whatsapp (11) 99639-1212 e receberão orientações.
Rihanna e o dono do Twitter, Jack Dorsey, também se mobilizaram lá fora. Os dois doaram 4,2 milhões de dólares para ajudar mulheres em abrigos em Los Angeles, nos EUA. O dinheiro vai cobrir moradia, alimentação e terapia por 10 semanas para 90 pessoas.
Vale lembrar
Os casos de violência ou assédio, a qualquer hora do dia ou da noite, devem ser comunicados pelo telefone 190. Qualquer pessoa pode fazer a denúncia: a própria mulher, vizinhos, parentes ou quem estiver presenciando, ouvindo ou que tenha conhecimento do fato. Para os casos não emergenciais, o Disque 180 ou o Disque 100 também recebem denúncias e oferecem orientações.
Em São Paulo, é possível registrar boletins de ocorrência pela Internet aqui. No Rio de Janeiro, a orientação é procurar as Delegacias da Mulher, que atendem urgências como violência física e sexual presencialmente e disponibilizam registro online para os demais casos de violência.
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