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Veja publicação original: 10 filmes e séries para você começar a entender o que é masculinidade tóxica
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Poder, sexo e força estão no centro desse ideal nocivo de masculinidade
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Tóxico. Essa foi a palavra do ano de 2018, segundo o dicionário Oxford. A escolha não foi apenas pelo seu significado literal, mas pela forma como ela tem sido usada para explicar uma gama de situações. Segundo a instituição responsável pela publicação, depois de “química”, a segunda palavra que frequentemente a acompanha nas buscas é “masculinidade”.
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O termo “masculinidade tóxica” está no centro do debate há alguns anos e ganhou destaque em 2018 com os movimentos de luta contra o assédio sexual, como o #MeToo.
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Homens e meninos são constantemente encorajados pela sociedade a se desconectar das suas emoções, fazer uso de violência para resolver conflitos e objetificar e degradar mulheres.
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Poder, sexo e força estão no centro desse ideal nocivo de masculinidade.Discuti-la e repensá-la é urgente. O debate é importante tanto para os homens quanto para as mulheres.
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Aqui estão 10 filmes e séries que ajudam a entender porque é preciso olhar para esta questão.
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ATENÇÃO, CONTÉM SPOILERS!
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The Mask You Live In (2015)

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O documentário The Mask You Live In (a máscara em que você vive, em tradução livre) segue meninos e jovens que tentam permanecer fiéis a si mesmos enquanto negociam com a estreita definição de masculinidade nos Estados Unidos.
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“Seja forte”, “seja homem”, “homem não chora”: os protagonistas se confrontam com essas mensagens. O documentário, que está disponível na Netflix, explora as consequências dessas cobranças impostas aos meninos e ilustra, com a ajuda de especialistas, como a sociedade pode criar gerações mais saudáveis de meninos e rapazes.
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“Eu diria que a maior emoção sentida pelos homens americanos é a ansiedade. Por que? Porque você precisa provar sua masculinidade o tempo todo”, diz o professor de sociologia Michael Kimmel, um dos entrevistados no filme.
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Eu não sou um homem fácil (2018)

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O protagonista desta comédia francesa produzida pela Netflix é o típico ‘machão’, que reproduz inúmeros comportamentos considerados tóxicos.
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Um belo dia ele bate a cabeça e acorda num universo em que são as mulheres o gênero dominante e reproduzem as mesmas opressões do mundo machista contra os homens.
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A partir daí, ele passa a viver um choque, experimentando na pele o que vivem as mulheres diariamente, desde as pressões estéticas ao assédio, à objetificação e aos relacionamentos abusivos.
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Precisamos falar com os homens? (2016)

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Uma iniciativa da ONU Mulheres em parceria com o site Papo de Homem, o documentário procura aproximar os homens do debate sobre a igualdade de gênero. A iniciativa faz parte da campanha internacional #ElesPorElas, cujo objetivo é engajar homens e meninos para novas relações, sem atitudes e comportamentos machistas.
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Com entrevistas com homens e mulheres de diferentes áreas, o filme discute os mitos da masculinidade e quanto os comportamentos tóxicos podem ser prejudiciais para ambos. O documentário está disponível no canal da ONU Mulheres no Youtube.
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Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016)

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No filme vencedor do Oscar de 2017, o diretor e roteirista Barry Jenkins faz uma discussão sobre a construção da masculinidade e as subjetividades do homem negro, que costuma ser retratado de forma bastante estereotipada no cinema.
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O premiado longa-metragem conta, em três atos, a jornada de Chiron em busca por sua identidade. O filme aborda, em diferentes fases da vida do protagonista, questões como a homossexualidade, status social, violência, solidão, criminalidade, preconceito e bullying.
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Os Iniciados (2017)

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O filme sul-africano conta a história de Xolani, um operário que se ausenta do trabalho para ajudar nos ritos de transição da adolescência para a vida adulta entre os homens da etnia Xhosa.
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Em um remoto acampamento em uma montanha, jovens se recuperam da cirurgia de circuncisão enquanto aprendem os códigos masculinos de sua cultura. Neste ambiente de machismo e agressão, Xolani cuida de Kwanda, um rebelde novato de Joanesburgo, que questiona os códigos patriarcais de iniciação.
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“De modo sensível e crítico, o filme trata das formas de construção da masculinidade e da heterossexualidade compulsória imposta aos homens negros na África do Sul”, escreve o ativista Renan Quinalha, em crítica publicada na Revista Cult.
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Tomboy (2011)

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Tomboy é um longa-metragem francês escrito e dirigido por Céline Sciamma que discute a construção da identidade e papéis de gênero na infância e as dificuldades das relações entre crianças e pais nesse processo.
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De forma poética, ele conta a história de uma criança de 10 anos, designada menina ao nascer, mas que se vê como menino e procura sustentar essa identidade dentro de um novo grupo de amigos.
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Dzi Croquettes (2009)

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O documentário brasileiro dirigido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez resgata a trajetória do Dzi Croquettes, grupo de atores e bailarinos cariocas que se tornou símbolo da contracultura nos anos 70.
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Os espetáculos revolucionaram os palcos com performances de homens com barba cultivada e pernas cabeludas, que contrastavam com sapatos de salto alto e roupas femininas.
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O conjunto contestava a ditadura por meio do deboche e da ironia e defendia a quebra de tabus sociais e sexuais e das noções ‘padrões’ de masculinidade.
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Big Little Lies (2018)

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A premiada minissérie da HBO, baseada em livro homônimo, é uma série sobre mulheres, que, no início, parece contar a fabricação de um crime, mas acaba revelando, em uma de suas principais tramas, a crueldade da violência doméstica e da masculinidade tóxica. Impactante e potente, a trama relata a história de uma sobrevivente.
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Nas aparências, a protagonista Celeste, interpretada por Nicole Kidman, parece viver um casamento perfeito. Mas ao longo dos sete episódios conhecemos a realidade de uma relação abusiva, construída na base da violência e no machismo, que tem impacto inclusive no comportamento dos filhos do casal com as colegas de escola.
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Brooklyn Nine-Nine (2013)

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Em sua sexta temporada, a série Brooklyn Nine-Nine, da NBC, vem mostrando na TV bons exemplos de masculinidade ao quebrar alguns estereótipos com seus personagens homens, sem que isso pareça algo inverossímil.
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No final do ano passado, o canal de cinema no Youtube Entre Planos falou sobre isso. O vídeo destaca, por exemplo, o comportamento do sargento Terry Jeffords, interpretado por Terry Crews, que confronta a ideia de que o homem forte não pode demonstrar emoções. Um personagem doce e sensato, Terry mostra como ser emotivo não faz de ninguém mais fraco.
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Queer Eye (2018)

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O reality show acompanha o “Fab Five” – cinco homens gays especialistas em comida e vinho, design, cultura, cuidados pessoais e moda – na missão de ajudar, em cada episódio, uma pessoa diferente a mudar sua vida, conquistar confiança e autoestima, aprender coisas novas, abrir a mente e respeitar a diversidade.
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Com histórias sensíveis e emocionantes, Queer Eye tem sido considerada um “antídoto” para a masculinidade tóxica. A terceira temporada acaba de estrear na Netflix.
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